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Cerca de duas semanas depois que o presidente do México, Enrique Peña Nieto, anunciou medidas para legalizar o casamento gay e a adoção por homossexuais em todo o país, seu grupo político, o Partido Revolucionário Institucional (PRI), sofreu um duro revés eleitoral, em 5 de junho. Entidades em defesa da família classificaram a situação como um “voto de castigo”.

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No dia 5, o país realizou eleições para governador em 12 estados. O PRI perdeu as eleições em 7 deles, o que fez a imprensa mexicana chamar o dia de “domingo negro” para o PRI. Segundo muitos analistas, essas eleições serviriam de referência para o que será a eleição presidencial, em 2018.

Segundo disse à ACI Prensa o presidente do Conselho Mexicano da Família (ConFamilia), Juan Dabdoub Giacomán, se observa claramente a influência do “voto de castigo” convocado por defensores da família e do casamento no país.

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Assim que Peña Nieto anunciou que promoveria uma reforma constitucional para que se reconheça o casamento homossexual em todo o país, assim como modificações no Código Civil Federal para permitir a adoção por parte de homossexuais, mais de mil organizações se uniram na Frente Nacional pela Família (FNF).

À frente do grupo se encontram a União Nacional dos Pais de Família, Red Familia e ConFamilia, ao lado de CitizenGo, HazteOir, Dilo Bien, México es Uno por los Niños, ConParticipación de Monterrey, entre outros.

“Ontem foi um dia histórico no México”, destacou Dabdoub em 6 de junho, sublinhando que o voto de castigo convocado pela FNF foi “um mecanismo de oposição à decisão do presidente Peña Nieto de regularizar os mal chamados ‘casamentos’ homossexuais e a adoção”.

“A parte importante foi que em menos de três semanas se gerou uma organização que foi capaz de mobilizar o país inteiro contra a iniciativa do presidente que ataca a família, pedindo um voto de castigo contra ele e seu partido”, disse Dabdoub, que acrescentou: “Mesmo assim, isso não termina aqui, pois vamos ainda nesta semana nos reunir para planejar as ações que teremos até a eleição presidencial de 2018”.

“Não queremos que repita a presidência um partido como o PRI, que se declarou abertamente, na voz de seu presidente, como um partido antifamília”, sublinhou ele.

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Já Carlos Alberto Ramírez Ambríz, presidente do movimento Dilo Bien Internacional e porta-voz da FNF, apontou que Peña Nieto “arremeteu contra a família crendo que não haveria consequências em seu agir político”.

“Porém o México falou nas urnas. A afronta à família custou muito caro ao presidente e a seu partido”, destacou Ramírez, sublinhando que “a sociedade mexicana está cansada da corrupção, da impunidade e da arrogância que o PRI representa no México e esse cansaço se viu refletido nas eleições”.

Luis Losada Pescador, diretor de campanhas da plataforma CitizenGo, qualificou os resultados do PRI como uma “Hiroshima eleitoral”, pois “a proposta homossexual pesou nos péssimos resultados do partido”. “Peña Nieto e o PRI pagaram nas urnas o custo eleitoral de apresentar iniciativas contrárias à tradição jurídica e aos valores mexicanos e contra o sentimento da maioria dos cidadãos”.

“Pode ser que Peña Nieto esteja tentando ganhar a amizade externa, mas o que colheu foi o rechaço interno”, disse Losada.

 

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Com informações de ACI Prensa.

Colaborou: Felipe Koller