O soldado norte-americano K.T. Robbins tinha 24 anos quando desembarcou na França para lutar ao lado das tropas aliadas e libertar o país do controle nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Mas além de deixar sua marca nos livros de História que descrevem a Batalha da Normandia — em junho de 1944 — Robbins também marcou profundamente a vida de uma jovem francesa: Jeannine Ganaye.
Em entrevista ao canal de televisão France 2, o veterano conta que a garota tinha 18 anos, “era muito doce” e o conquistou. No entanto, dois meses após o início do namoro, Robbins foi transferido para lutar na Frente Oriental e o casal foi separado, repentinamente. “Eu disse a ela que talvez voltasse para levá-la comigo, mas infelizmente isso não aconteceu”, relatou o norte-americano, que nunca teve oportunidade de retornar à França para buscar sua amada, perdeu o contato com a ela e se casou com outra mulher nos Estados Unidos.
O soldado viveu com a esposa por 70 anos até ficar viúvo, em 2015. No entanto, guardou uma foto da namorada que teve do outro lado do oceano e foi essa imagem que incentivou a emissora francesa a localizar Jeanine em junho deste ano.
Durante as gravações para um documentário a respeito da chegada das tropas aliadas à França, Robbins mostrou a fotografia em preto e branco à equipe de jornalistas e disse que tinha vontade de conhecer os parentes da garota. “Ela, eu provavelmente não verei porque deve estar morta”, lamentou durante a entrevista. Mas “eu gostaria de voltar lá para encontrar sua família”, completou o veterano de 97 anos.
“Eu sempre te amei, sempre. Você nunca deixou meu coração”, disse Robbins olhando nos olhos de Jeanine.
O pedido emocionou os repórteres da France 2, que iniciaram a busca pela garota e conseguiram localizá-la em uma casa de repouso na região de Montigny-lès-Metz — a 40 quilômetros de Briey, onde o casal se conheceu. Com isso, um reencontro emocionante foi agendado para o mês de junho deste ano durante a comemoração dos 75 anos do “Dia D”, data em que as as tropas aliadas invadiram a Normandia e libertaram a França.
O reencontro
Segundo a emissora francesa, os dois apaixonados sentaram próximos um do outro e conversaram a respeito do amor, como se nunca tivessem sido separados. “Eu sempre te amei, sempre. Você nunca deixou meu coração”, disse Robbins olhando nos olhos da nonagenária.
Aos 92 anos, ela é viúva, mãe de cinco filhos, e também afirmou nunca ter esquecido o antigo namorado. “Quando ele saiu naquele caminhão, eu chorei”, contou à equipe da France 2. “Eu gostaria que ele não tivesse voltado para a América depois da guerra”, completou a idosa, que até começou a estudar inglês depois da guerra na esperança de reencontrar o companheiro.
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No entanto, em momento nenhum do encontro ela demonstrou raiva ou frustração por não ter vivido ao lado de Robbins e, assim como ele, aproveitou os momentos do reencontro com abraços, beijos e demonstrações sinceras de carinho. Ao final, a ternura ainda se misturou com lágrimas e o idoso se declarou outra vez: “Jeannine, eu te amo, minha querida”.
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