Respeitar o outro é ter cuidado, consideração e tolerância. Por isso, o respeito é a base de qualquer relacionamento e está presente em cada atitude, na forma de falar e se comportar. A ausência desta virtude na relação de um casal pode ser prejudicial em qualquer fase, inclusive no namoro. Você sabe identificar quando o seu namorado ou namorada não respeita você?
Ao falar sobre o assunto, a psicóloga de casais e de família Graziela Becker Miranda ressalta que é importante conhecer a pessoa, entender seus valores e analisar se as atitudes dela estão de acordo com o que o outro preza em uma relação. “Os comportamentos são subjetivos, porque depende muito de cada pessoa e da forma como a relação vai sendo construída. O não respeitar vem de encontro com aquilo que você não admite ou não gosta”, observa. “A partir do momento que algo está desagradando já é um ponto de alerta para pensar que talvez isso não é legal ou não combina com a sua forma de ser”.
Nem sempre é fácil identificar ou aceitar quando o desrespeito acontece. Carência afetiva, medo de perder o outro, ficar sozinho ou de perder o estilo de vida são alguns dos motivos apontados pelo psicólogo Douglas F. H. Oliveira para que situações desagradáveis sejam aceitas. Por outro lado, quem desrespeita age por falta de comunicação e questões relacionadas a traços e transtornos de personalidade.
Oliveira aponta cinco comportamentos que indicam que a namorada ou o namorado está sendo desrespeitoso:
- Sentir-se “sem voz” dentro do relacionamento. O diálogo é fundamental.
- O toque é um acordo, no qual algumas coisas são autorizadas e outras não. Forçar o contato é desrespeitoso, inclusive na relação sexual, quando uma das partes deseja e a outra não.
- A ausência de fidelidade é uma forma de desrespeito, pois um compromisso foi assumido e deve ser cumprido.
- Invasão de privacidade. Não é saudável quando uma das partes obriga a outra a mostrar senhas, e-mails, mensagens, etc.
- Exigência de compartilhar tudo. O compartilhamento deve ser um acordo entre os namorados, porém é saudável manter algum nível de privacidade. “Eles podem e devem ter suas amizades e atividades particulares e não apenas amigos e programas do casal”.
Diálogo é o caminho
Oliveira lembra que a perfeição de um relacionamento não está na ausência de conflitos, mas sim na capacidade de resolver os problemas com atenção e cuidado. Os especialistas aconselham o casal a investir no diálogo para que haja mudanças de comportamento e o relacionamento se torne agradável para ambos. Abrir um canal de comunicação é importante para que seja possível decidir se vale a pena ou não continuar com o relacionamento. “Não existe uma regra. A pessoa precisa avaliar a situação, entender o que fazer e escolher de acordo com o que é melhor pra si. É preciso ter clareza, querer, perceber e identificar o que está fazendo mal a ela”, finaliza Graziela.