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A família é o melhor escudo contra a depressão econômica, afirmam economistas espanhóis que publicaram recentemente um estudo sobre crise financeira e demografia. Em entrevista ao site Actuall, eles usaram a recente escassez de empregos na Espanha para exemplificar a tese que defendem.

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Jovens que não conseguiam mais pagar o aluguel encontraram refúgio sob o teto paterno, avós sustentaram seus netos, irmãos se ajudaram quando um se viu desempregado. Enfim, foi na família que milhares de espanhóis encontraram a solução para os seus problemas financeiros.

Alejandro Macarrón, autor de El suicido demográfico, afirma que em uma economia de escala, em igualdade de condições, a família sempre gerará riqueza. Uma sociedade com um maior número de famílias garante o vigor econômico. É a tese principal de Macarrón, que aponta que uma família gera economia de escalas porque cuida da geração seguinte. “Quanto maior é uma família, mais riqueza gera”, disse o estudioso ao Actuall.

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“Uma família com filhos cuida melhor de seus recursos, é mais responsável, economiza mais e desperdiça menos. Mesmo um casamento sem filhos é bom para reduzir a pobreza”, afirma Macarrón.

Famílias “fazem render”

A mentalidade de fazer o melhor uso de todas as suas posses, a fim de economizar, também parece ser uma constante nas famílias. Sobre a habitação, há uma verdade irrefutável: quanto maior é a casa, mais diminui o custo por metro quadrado. “Em boa parte das casas pode-se acomodar alguns filhos a mais com custo adicional nulo”, estima o economista.

O mesmo se pode dizer sobre a roupa dos filhos. Quando os irmãos são do mesmo sexo, é possível reutilizar boa parte das roupas e até mesmo dos calçados. Quanto mais cresce o número de filhos, mais cai o custo por criança no que diz respeito a combustível, jogos, férias ou livros.

O hábito de poupar é muito benéfico para a economia. “O acúmulo de patrimônios familiares é bom para a economia, já que supõe que se poupe mais em comparação com o comportamento de indivíduos que só prestam contas ao carpe diem. Essa riqueza acumulada é boa para as famílias e para todos.”

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Traduzindo para a vida real, um casamento que foca em economizar poderá presentear os seus filhos com o aval para o financiamento de uma casa ou com a entrada de um apartamento. Na Espanha atual, muitos jovens conseguiram sua primeira residência graças à ajuda de seus pais.

Divórcio e pobreza

Eduardo Hertfelder, presidente do Instituto de Política Familiar, estabelece uma relação direta entre a queda no número de casamentos, o aumento de divórcios e o aumento do risco de pobreza. A conservação da unidade familiar, além do suporte econômico que oferece, é um contrapeso a diversos problemas sociais – o desemprego, as enfermidades, a falta de moradia, a dependência química e a marginalidade. “Sem família, esse contrapeso não acontece, deixando as pessoas sozinhas com seus problemas”, afirma Hertfelder.

Por isso, as rupturas familiares geram sempre algumas consequências, inclusive de caráter econômico. “Além dos dramas, fracassos pessoais e sofrimentos que produzem tanto nos esposos quanto nos filhos, elas produzem um efeito econômico adverso para os cônjuges com o consequente risco de pobreza.”

Essas consequências econômicas esgotam a poupança do homem e da mulher. Aos gastos próprios da casa, alimentação e sustento dos filhos, o ex-marido deverá repassar a sua ex-mulher uma quantidade maior de dinheiro, caso ela não trabalhe.

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Na Espanha, algumas estatísticas alertam para os problemas gerados pelo divórcio. Segundo o Foro Espanhol da Família, a taxa de abandono escolar é de 25% entre filhos de pais separados, enquanto é de apenas 10% entre filhos de casais que não se separaram. 60% dos filhos de pais divorciados precisarão de tratamento psicológico e 50% terão problemas com álcool ou drogas antes dos 15 anos. Além disso, em 65% dos casos, a relação com o pai se torna conflitiva.

Em 17 de novembro de 2014, até o Papa Francisco acenou a esse problema de forma enfática: “É cada vez mais evidente que o declínio da cultura do matrimônio está associado a um aumento de pobreza e a uma série de numerosos outros problemas sociais que atingem em medida desproporcional as mulheres, as crianças e os idosos. E são sempre eles quem mais sofre nesta crise.”

 

Com informações de Actuall

 

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