SENADOR: “Sr. Zuckerberg, pode definir discurso de ódio?”
ZUCKERBERG: “Esta é uma pergunta realmente difícil.”
Mark Zuckerberg, o Big Boss do Facebook, afirmou ontem na audiência perante ao Senado Americano que é difícil responder o que possa ser “discurso de ódio” (DO), critério que baliza as principais censuras em sua rede. Eu mesmo já sofri quatro e os casos se acumulam dia após dia. Anunciei, em julho de 2017, que as políticas públicas do Facebook tinham sofrido drásticas mudanças e isto iria iniciar uma onda de moderação intensa de publicações, perfis e páginas que não estão de acordo com as propostas globalista, islâmica e comunista. Não deu outra.
O empresário inclusive, pasmem!, se desculpou pela censura de páginas conservadoras, prova de que este é o viés de sua rede social: combater a todo custo aqueles que se opõem ao seu projeto de poder.
A coisa piorou – e muito. Zuckerberg, estou bem certo, sabe exatamente o que consta nas suas políticas públicas. Ele sabe também que se a definição de “discurso de ódio” fosse lida pausada e claramente perante o Senado, ele seria massacrado pela inevitável idiossincrasia que ela claramente inspira. Já provei isso em publicações e vídeos anteriores. Considerando quem banca as pesquisas (George Soros, Google e Fundação MacArthur) que estudam o que é ou não discurso de ódio, sabemos qual viés a coisa iria desenvolver. Mais uma vez minhas suspeitas se provaram corretas. Mas Zuckerberg insiste em esquivar-se daquilo que tem se tornado um grande problema: censura e tráfico ilegal de informações privadas (caso Cambridge Analytica).
Zuckerberg censura informações públicas e vaza dados privados. É a inversão do inferno. Um Senador americano perguntou ao empresário se ele se importaria em contar ao Senado em qual hotel ele estava hospedado em Washington DC. Ele ficou desconfortável e não quis responder. O Senador continuou e inquiriu se ele havia estado com alguém na noite que antecedeu a audiência. Mesma reação: negou-se a responder. Então, sagazmente, foi dito à Zuckerberg: “este é o valor da privacidade”. Pronto. É isto!
O problema da definição inexistente (ou vaga demais) é que torna as ações muito incertas e quase imprevisíveis. Se nosso ordenamento jurídico, por exemplo, não oferece uma definição clara do que é o estupro, termo que expressa um ato real e concreto, como saber se este mesmo ato ocorreu realmente e, ainda mais, como tipificar um crime, cuja penalidade disto depende? Não poderia ter sido apenas uma relação sexual qualquer que não fosse o estupro em si? Isso se aplica a quaisquer outras situações legais. A função nominativa (ou descritiva) da linguagem é absolutamente essencial aqui. O que o Facebook propõe como DO recorre muito mais à função apelativa do que outra coisa. É afetação pública com implicações práticas.
Faço ao leitor a mesma pergunta que o Senador Ted Cruz fez ao Zuck: “Quem moderará os moderadores?”.
A questão piorou enormemente quando Zuckerberg declarou perante os olhos de todo o mundo que, além dos 7.500 moderadores de conteúdo que já trabalham para o Facebook, outros 12.500 serão contratados até o fim deste ano. Serão 20.000 censores analisando postagens, perfis e páginas, alertados por logaritmos da inteligência artificial e denúncias de usuários.
Dia 18 de julho de 2017 foi marcante e jamais deverá ser esquecido por cristãos e por todos aqueles que presam pela liberdade de expressão. Naquele dia, mais de 50 páginas especificamente católicas foram bloqueadas sumariamente e após o caso tomar repercussão mundial – FOX, Breibart e LifeSiteNews também expuseram o caso – as páginas magicamente voltaram ao ar.
Pude participar, à época, de um grupo dos administradores das páginas censuradas que protestaram através de vários meios: Igreja, CNBB, pelo próprio Facebook, pelas vias legais, sites, WhatsApp, e-mail e telefonemas. A pressão foi imensa e as páginas foram postas novamente ao ar acompanhadas pela seguinte desculpa de César Bianconi, responsável pela comunicação do Facebook no Brasil:
“Pedimos nossas sinceras desculpas por qualquer inconveniente”.
Segundo o tal Bianconi, somente as páginas cristãs foram censuradas por causa da repetição fora do padrão da palavra “amém”, alertando os instrumentos de captura de spam e promovendo a suspensão das páginas. Algumas perguntas pairam no ar: por que somente ontem as páginas foram canceladas e não num outro dia passado? Por que deletaram páginas cristãs repletas de comentários “amém”, se é isto o que os cristãos universalmente mais dizem entre si?
Conheço um moderador de conteúdo lá de Berlim, que censura postagens e comentários para o Facebook. Segundo ele, tudo tem de passar pelos olhos de um ser humano, dificilmente algo é apagado arbitrariamente ou sem razão. Por que não dar maiores explicações quanto ao funcionamento da moderação de conteúdos do Facebook? Por que, quando censuram, não dão UM MOTIVO objetivo e razoável sequer que justifique o ato contra o pobre cliente? Nem apontam qual conteúdo específico causou a moderação.
Quem assistiu aos meus vídeos sobre censura no Facebook, globalismo e um sobre esse caso específico, entenderá que não há “erro no sistema” ou “problemas com ferramentas internas”. Trata-se da velha estratégia do BODE RUSSO: cria-se uma situação desconfortável e extremamente difícil de suportar, a fim de dessensibilizar os indivíduos para a situação anterior que, agora, consideram muito melhor que antes, ainda que fosse inapropriada. É o tal do PÉ NA PORTA, ou melhor, “só mais um pouquinho vai, deixa…”
A censura (bloqueio) que o Facebook faz sem oferecer quaisquer razões não tem o objetivo de calar, mas de intimidar os usuários colocando em suas consciências um fixo alerta de possível censura que moldará seus discursos até que isto se torne um hábito corriqueiro e não precisem bloquear mais ninguém, porque a insegurança funcionará, digamos, automaticamente como instrumento de controle. É puro controle de comportamento.
Zuckerberg permanece um fanfarrão inteligente, dinheirista e vendido aos poderes mundiais: globalistas, islams e comunistas. Foi praticamente humilhado, e com razão, pelos Senadores Americanos, preparadíssimas para a ocasião. Tanto o vazamento de informações privadas como a censura precisam ser esclarecidas e terminantemente resolvidas. A coisa poderá melhorar muito se nós, que conferimos um enorme poder ao Facebook, começarmos a questioná-lo.
O Facebook precisa deixar de ser nossa única opção. Tenho afirmado isto frequentemente: usemos e-mails, WhatsApp, outras redes sociais, até mesmo opções análogas ao Facebook, para começar aos poucos a esvaziar o monopólio que nós mesmo causamos. Não será fácil, mas temos de começar.