Depois do nascimento de um bebê, é tempo de reorganizar a vida e sentir como tudo vai acontecer. E apesar de termos muito amor pra dar, em geral sentimos o cansaço, a mudança, a dificuldade, e passadas algumas semanas (ou mesmo dias) queremos fazer algo diferente, sair de casa, e mesmo viajar! Mas é um bebê, e aí, é possível?
Estou vivendo exatamente este momento. Nasceu meu segundo filho quase na virada do ano, foi – e está sendo – uma delícia, mas confesso que ver todo mundo na praia pelas redes sociais enquanto eu estava dentro de casa no maior calor me fez ter uma “invejinha” neste período de férias. E como ele está mamando mais do que bem, tem boa saúde e inclusive já está dormindo a maior parte da noite, ou seja, é super bonzinho (e aliás, a segunda experiência com um bebê é bem mais simples e fácil do que da primeira vez, e isso nos dá mais confiança para fazer e inventar coisas por aí), comecei a pensar se não podia logo aproveitar um pouco do final do verão e descer ao litoral. Então, logo na primeira consulta à pediatra, já perguntei: “quando podemos viajar”?
Com essa ideia (e talvez alguns de vocês achem muito cedo, mas cada faz o que achar melhor, no tempo que desejar) para aqueles que têm o mesmo ânimo que eu, além de algumas situações onde é preciso fazer uma viagem, aqui vão algumas considerações e dicas para uma viagem com um recém nascido (incluindo alguns destinos também):
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Quando é possível viajar? Se não houver nenhum problema de saúde específico ou recomendação médica, provavelmente logo após a primeira consulta do pediatra, cerca de 7-10 dias. Acima de tudo, é possível quando o seu médico recomendar. A resposta para minha pergunta, dada pela pediatra de nossos filhos, foi que seria bom esperar pelo menos 1 mês, por precaução, já que a viagem seria apenas de lazer. Eu viajei ao litoral depois de 40 dias de seu nascimento, em uma viagem curta de carro, cerca de 2 horas e foi tudo bem, que até fiz uma segunda vez o mesmo trajeto.
Dá pra viajar de carro? Como se preparar? Sim, tranquilamente, mas programe-se. Fazer paradas é fundamental, para amamentar e trocar o bebê, e neste caso, sugiro que conheça as condições e estabelecimentos comerciais ao longo da estrada: se existem postos e paradas para a família ter algum conforto na hora que precisar descansar, e não ficar ansioso para encostar em qualquer lugar em caso de muito choro ou emergência. E vá com calma enquanto dirige, especialmente nas diferenças de altitudes entre cidades de litoral e serranas, pois a pressão pode dar dor no ouvido, e se você for lentamente, a chance disso acontecer é menor. Se for o caso, amamentar ajuda muito, e a própria chupeta pode ajudar: a sucção alivia o desconforto.
Não se esqueça também que é imprescindível usar bebê conforto em todo o trajeto: nada de pegar só um pouquinho o bebê no colo com carro em movimento para acalmá-lo, pare quantas vezes for necessário, a tendência é eles dormirem, até porque um recém nascido costuma gostar do balanço do carro, e se acomoda bem no acessório. Evite os horários de pico (o início da manhã é uma ótima pedida) e estradas em feriados que você sabe que tem muito trânsito. Já dei mais dicas sobre viagens de carro com crianças, é só conferir porque também se aplicam à bebês!
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Dá pra viajar de avião? Como se preparar? A resposta também é sim, e também é só se programar. A regra de amamentar ou dar a chupeta por causa da pressão vale aqui também. Deixe sua bolsa bem completinha, incluindo pomadas, fraldas extras, porções de leite certinhas, lembrando que alimentação de bebês só pode levar a quantidade exata para o tempo de vôo na bolsa de mão (dica: se você dá a mamadeira, acostume desde recém nascido, se for possível, a fazer o leite com água temperatura ambiente. É muito mais fácil quando está fora de casa, nem sempre tem fogão ou microondas à disposição para esquentar) e inclusive remédios. Se o destino for o exterior, é bacana explicar ao pediatra a situação e quem sabe montar uma farmacinha com a sua orientação, para incômodos e doenças comuns e você não ficar sem nada em um destino que você não conhece médicos e não remédios do país.
Procure levar itens compactos: recém nascidos podem dormir no bebê conforto mesmo, não precisa levar berço, mas se preferir, veja as opções montáveis ou portáteis; um carrinho guarda chuva é bem vindo para passeios (lembrando que você pode usá-lo no aeroporto e despachá-lo na porta do avião, retirando ou no término do vôo ou na esteira), mas o carregador canguru ou sling são ótimas opções também, só não ache que aguentar ficar com ele no colo o tempo todo, porque realmente é bem difícil. Já dei dicas de viagens com bebês que valem para recém nascidos e maiorzinhos que você pode conferir aqui no blog também.
Existe uma época melhor? Lembre-se que, apesar de as madrugadas serem cansativas e os bebês terem saúde mais frágil, por outro lado eles dormem por longos períodos – além de o bebê conforto se ajustar em qualquer lugar e ser tranquilo pra qualquer quarto de hotel ou de visitas, não precisarem de alimentos diferenciados (se amamentados então não precisa se preocupar com a comida) e não se deslocam, correm ou saem andando e os pais correndo atrás. Então a partir do momento que já está com uma rotina ajeitada – vocês e o bebê – e com o ok do pediatra, já dá pra viajar! Quem irá retornar ao trabalho, vale pensar em algo antes do término da licença maternidade, é uma época ótima! E se for o seu caso, época de calor é bem mais tranquilo. Então, vá para um local onde seja possível aproveitar o verão ou um pouco de calor: menos chances de ficar doente e mas possibilidades de curtir espaços ao ar livre, afinal espaços muito fechados e apertados pode trazer mais doenças, especialmente com grande circulação de pessoas.
E agora: DESTINOS
Alguns destinos bacanas para viajar com um recém nascidos:
Resorts: é quase óbvio, mas não poderia deixar de citar a facilidade de qualquer grande resort. Ali você tem uma estrutura maravilhosa, seu quarto bem ao lado para ir e vir com seu bebê sempre que desejar, e até mesmo serviço de babá, mesmo que seja para aquela 1 hora em um jantar com o cônjuge. E existem opções tanto de praia como hoteis fazenda e serra. O preço, é claro, é o que costuma pesar, mas… se você é daqueles que costuma sair e passear em muitos lugares e gastar com transportes e ingressos de tickets de vários lugares (aquele pensamento de “poderia usar esse dinheiro para ir ao exterior e fazer um monte de passeios”) vai por mim que é legal guardar o mesmo dinheiro mas ir para um estabelecimento desses também, especialmente porque agora dar uma relaxada depois dos primeiros meses do bebê (especialmente o primeiro filho, é muito intenso e cansativo que só passando pela experiência você entende).
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Praias calmas, estruturadas e quentes: já falei algumas vezes de praia aqui, mas se tem bebê, é bom ser bem seletivo. Dá pra ir pra praia sim, mas veja se você tem estilo pra observar algumas coisas:
* Ir beeem cedo mesmo à praia, já que o período de exposição ao sol para um recém nascido é muito curto e não é permitido usar protetor solar em geral até os 6 meses da criança.
* Evitar vento, às vezes mesmo uma brisa que achamos fraca para nós pode ser incômoda para os bebês, tanto pelo próprio vento como pela areia, que quanto mais fina, mais pode “voar” e incomodar bastante. A brisa costuma aumentar no fim da tarde, e apesar do sol baixo, isso acaba sendo outro problema, e mais uma vez fica melhor de ir à praia nos primeiros horários da manhã.
* Estar próximo do hotel, casa ou seja qual for a sua hospedagem facilita muito, ou no mínimo um local fácil de levar o bebê para ele se acalmar, ser trocado, dormir, etc.
Quem sabe você não aproveita pra conhecer um destino bacana no nordeste, ou por que não no caribe? Praias mais ao norte da América do Sul e mesmo no litoral da África (que atualmente tem contado com passagens mais baratas), alguns desses destinos possuem opções bem estruturadas também.
Destinos com boa acessibilidade: um recém nascido exige muitos cuidados, certo? E pessoas com deficiência também! É bem provável que você encontre mais condições de passear com seu bebê em destinos acessíveis: passeios com carrinho mais tranquilos para circular, áreas comuns maiores e melhores para descansar e amamentar, banheiros mais equipados, etc.
Destinos culturais com museus e espaços amplos cobertos: quem sabe você pode fazer um passeio em um museu bacana, um prédio histórico, inclusive sem se preocupar muito com temperatura. E locais assim tem inclusive em destinos não tão populares como outros. Por exemplo, estive em Paris, que é superagitada, mas conheci a cidade de Rouen, cerca de 1h30 de trem, e que recebe bem menos pessoas. Lá existe o Museu de Belas Artes, que possui obras de grandes artistas, inclusive como Monet e outros renascentistas, tem muitas salas, mas com pouca circulação de pessoas, bem tranquilo. Nem sempre estes locais permitem ou é possível circular com carrinhos, mas se você gosta do sling ou do canguru, aí dá super certo, é só se planejar!
Destinos com parques urbanos, praças, jardins e espaços ao ar livre: mais fáceis de evitar doenças, se tiver um calor gostoso, é muito bom fazer um passeio com o carrinho e um parque. Você anda, o bebê gosta do balanço, é gostoso para ele cochilar e você tomar um sorvete ou um caldo de cana, e quem sabe algum lanche gostoso. Minha Curitiba é uma boa ideia, não é?
E antes de terminar, EVITE:
* Locais com grande aglomerado de pessoas – apesar de eu sugerir um museu pra passear, temos que ter bom senso de não levar um recém nascido na frente muvuca da Mona Lisa, dentro do Louvre;
* Locais muito fechados – é desconfortável pra nós, pra eles, e novamente, doenças podem aparecer;
* Destinos isolados – fica difícil encontrar farmácia, médicos, alimentos, vestuário e providências adequadas em muitos casos, se o local é muito distante de sua cidade;
* Destinos favoritos nos feriadões – pelos motivos que você já sabe: estrada cheia, filas, gente demais, e vai acabar você estressado, bebê cansado e descanso perdido!
Já dá pra ir mais tranquilo, não é?
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Bom passeio!