Crédito: Arquivo Pessoal - Salto dos Cavalheiros (logo antes da maior queda da região, Salto São Francisco)| Foto:

Como grande fã de água, eu até demorei para falar deste destino cheio de cachoeiras lindas e grandes, mas a hora chegou: conheçam mais de Prudentópolis/PR. Se a sua família curte uma aventura, vocês vão gostar!

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O município fica cerca de 200km de Curitiba, e o acesso até a cidade é bem fácil pela BR-277 (o trecho tem pedágios), caso saia da capital paranaense.

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É uma pequena cidade bem típica de interior, que dorme cedo e que possui uma praça central com uma igreja, onde os moradores se reúnem nos finais de semana para passar um tempo livre. Pessoas simpáticas e amigáveis e de ar agradável. Não há muitas opções de hospedagem, mas possui pequenos hoteis e pousadas, e ainda possui alguns locais na estrada próximos ao centro, com hoteis fazenda ou recantos (que podem até ser mais interessantes para uma família).

Por ter tido colonização ucraniana, em Prudentópolis você encontra portais e símbolos de suas origens. Dependendo do final de semana que estiver lá, você ainda consegue assistir uma apresentação cultural de dança de um grupo folclórico, é muito bonito. Também há artesanatos, em especial as pêssankas, os coloridos ovos pintados à mão, símbolo de vida e prosperidade.

Também unindo a tradição e a produção local, a região possui fazendas e armazéns que vendem frios e embutidos como queijos e salames, mas em especial a cracóvia, um salame de criação exclusiva da cidade e conhecida no Paraná que mistura pernil e lombo suíno com temperos. É uma delícia, de verdade, e comi um X-Cracóvia (aliás, foram 2, em duas lanchonetes diferentes) bom demais. Ressaltando: tem que comer, vale a pena.

E claro, além da parte cultural, temos o que mais interessa: as cachoeiras!

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Prudentópolis tem cachoeiras para muitos dias, e apesar de quase todas estarem em propriedades particulares (prepare-se para contribuir para conhecê-las, mas nenhuma taxa é muito cara), ao mesmo tempo que existe pouca estrutura, elas estão virgens ao redor, ou seja, pura natureza. Das que conhecemos, a maioria tinha a região quase que intacta, e tudo era muito bonito. E por existirem quedas e rios, naturalmente tem empresas que realizam rafting, rapel e outros esportes radicais.

Se você quiser conhecer as quedas mais conhecidas, dá pra fazer de carro. A estrada é de chão batido, e no caso de chuva, você pode ter alguns problemas com buracos, esteja preparado. Se puder ir de 4×4 é o ideal (especialmente se decidir conhecer a maior queda – o Salto São Francisco – via Prudentópolis, lá a estrada é ruim mesmo, mas esta cachoeira também pode ser feita por outro caminho via Guarapuava que é bem tranquilo, mas bem mais longo, digo mais longo mesmo, mas melhor do que ficar preso no meio do nada). Nós tínhamos um Polo na época, e o carrinho ficou cheio de barro, porém, deu conta do recado.

Algumas cachoeiras tem acesso mais complicado, mas existem guias locais que sabem tudo, e destinos assim eu recomendo contratar um, com certeza será bem útil, principalmente para falar das condições de estrada.

Segue então um pequeno resumo de algumas dicas de cachoeiras de Prudentópolis:

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Salto Manduri e Salto Barão do Rio Branco: Você pode combinar a visita destes dois saltos no mesmo período, pois um é bem próximo do outro, já que são do mesmo rio. O Manduri não é tão alto (34m) porém é largo e volumoso, e por isso impressiona. Fica dentro de um pequeno clube que possui certa infraestrutura, (quando fomos simplesmente estava completamente vazio, tenho certeza que não é assim normalmente, mas senti que invadi a cachoeira). Já o Barão do Rio Branco é o dobro do tamanho e também volumoso, é muito bonito, mas tem uma escadaria de uns 480 degraus até a base. Leve água, fôlego e visite, vale a pena. Ah, tivemos uma situação engraçada: choveu muito no feriado que fomos, e no caminho deste salto caiu uma árvore no meio da estrada. Simplesmente não tinha ninguém na região pra se quer ver o que houve. Porém, eu queria tanto ver que pensamos como poderíamos passar com o carro. O Tronco fazia uma bifurcação que eu subi nele pra fazer peso pra parte de baixo, e empurrei o tronco de cima, e assim o carro passou mais pelo lado (senão faria um estrago no carro).

Salto São Sebastião e Salto Mlot: São duas quedas de mais de 100m que ficam uma em frente à outra na base. Mas confesso que fiquei impressionada quando chegamos lá. Havia um pequeno estacionamento, 3 casinhas de madeira com uma senhora que recebia a taxa de visitação, e cuidava das galinhas de seu quintal. E daí você anda uns passos a mais e dá de cara com uma cachoeira impressionante, além da vista da linda serra. É sensacional.

 

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Recanto Perehouski: Esta propriedade você pode até pernoitar, mas decidimos fazer nossa parada para almoçar uma boa comidinha caseira (e ucraniana), além de poder tomar banho de rio, apreciar a área verde e conhecer pequenas quedas e formações, até uma gruta com uma parede desenhada pela natureza de um jeito que nunca vi.

Salto São João: Você pode avistá-lo de longe em um mirante, mas nós o conhecemos de dentro da propriedade particular BEM de perto. É uma caminhada de uns 15 minutos depois de estacionar o carro, e por termos ficado tão próximos dos 84m, foi o que mais nos marcou. Dava até um medinho (ou muito medo) mas era incrível ao mesmo. Pode não ser o mais alto, mas tem força e impacto. Fiquei sem palavras, só vendo mesmo.

Salto São Francisco: O maior salto da região está em um parque estadual, e não é cobrada entrada. Depois de chegar a caminhada é fácil e o mirante lindo. Antes da grande queda você encontra o Salto dos Cavalheiros, como se fosse uma prévia para o show principal. O maior salto do sul do Brasil não decepciona, é lindíssimo. Ah, tivemos outra história boa: na volta passamos por algumas pequenas propriedades e sítios, e quase atropelamos um porco, que estava perseguindo um cachorro, no meio do nada. Coisas que definitivamente não vemos na cidade grande!

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Infelizmente não conhecemos o Salto Sete e os Saltos Gêmeos, mas que muita gente já recomendou. Por isso, vou ter que voltar, mas você pode incluir na sua lista.

Por fim, não custar lembrar de algumas recomendações básicas:

> Os trajetos até as propriedades podem demorar um pouco, e lá existem muitas trilhas e acessos que não são tão simples, então para quem tem crianças muito pequenas eu não recomendo, mas nada como ir com crianças mais velhas e adolescentes, que geralmente tem espírito de aventura de sobra e disposição (se os pais são assim também, não é)?

> Protetor solar, repelente, água, chapéu ou boné, tênis e roupa confortável… né?

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> Se puder visitar no calor, melhor, ainda é uma região alta e um pouco fria no inverno, e fica melhor de aproveitar toda a água. Ainda assim, vale a pena em qualquer época do ano.

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