A maioria dos pais deixa os filhos em uma rotina sem regras durante as férias; a quebra desse padrão é uma das atividades mais trabalhosas para os professores no início do ano
Poucas pessoas dedicam o período de férias a atividades que unam o lazer ao aprendizado. Isso é justificável, uma vez que o stress do dia a dia nos faz almejar essa pausa como um momento de desligamento total dos deveres e obrigações do cotidiano. No entanto, para quem tem filhos é comum estender essa mentalidade, fazendo com o que o mesmo ato se repita na rotina deles durante as férias. A consequência, inevitavelmente, é que eles sejam instigados por um hábito que trará problemas durante a volta às aulas.
Para o professor, isso significa uma tarefa a mais: instigar os jovens a voltar suas mentes novamente para assuntos que, fora da escola, eles raramente são incentivados a buscar. Nesse sentido, algumas instituições recorrem às famosas “semanas de ambientação”: dias em que as crianças e adolescentes têm uma grade mais leve de aulas, mesclada a dinâmicas para se conhecerem e se sentirem mais à vontade para o restante do ano. Atitudes assim são excelentes, mas tomam um tempo precioso do ano letivo. Novamente, se família e professores estiverem alinhados, esses processos podem ser muito mais agilizados.
Esse tipo de desregramento cria um efeito dominó, inclusive, na forma que eles podem vir a enxergar o mundo. Afinal, que tipo de trabalho dá uma semana de relaxamento para o colaborador que volta de uma viagem? A premissa, é claro, é de que o próprio período em si já seja suficiente para que o trabalhador relaxe.
Não podemos inserir em nossos filhos uma visão deturpada do que é o mundo. É justamente disso que se trata a psicopedagogia: retratar gradativamente e acompanhar de perto todas as mudanças pelas quais a criança e o adolescente passam nos seus períodos formadores.
Uma dica importante aos pais para não desconectar totalmente os pequenos é a proximidade do que os filhos estejam fazendo nas férias. As Colônias – praticadas na Escola Atuação, por exemplo – são uma excelente forma de promover a socialização nesse período e de tirá-los do fluxo dos gadgets digitais, que não raro acabam deixando os filhos solitários no seu lazer. Ambientes com mais crianças estimulam a criatividade e atividades esportivas, que hoje em dia devem ser estimuladas sempre que possível.
