Em conversas recentes com as famílias dos nossos alunos, uma pauta cada vez mais frequente são as incertezas em relação à educação dos filhos. Incertezas não em relação ao aspecto pedagógico das escolas e educadores, mas sobre saber o certo e o errado no domínio da educação de princípios e condutas entre pais e filhos.
É impressionante, e chega a ser triste, perceber como os adultos da relação familiar perderam o foco de seu verdadeiro papel. Vejo mães fazendo o papel de irmãs mais velhas, sem conseguir se impor diante de crianças de seis anos. E pais que fazem papel de amigo, como se apenas isso fosse viável: o sentimento de amor incondicional por um filho não pode se limitar a uma amizade.
É preciso pôr em prática um amor responsável que defina padrões de comportamento. Que consiga punir no momento necessário. Que dialogue sem sair da linha de centramento.
Nesse contexto, também é triste constatar que a tecnologia não ajuda na aproximação entre pais e filhos, pelo contrário: essa relação está cada vez mais distante.
Os pais e mães precisam de ajuda efetiva, tanto da escola quanto da sociedade, igreja ou organizações das quais façam parte. É necessário repensar os valores e crenças.
Qualquer animal irracional sabe do empoderamento de seu pai e sua mãe. Ao nascer, seguem os pais até terem autonomia para viverem sozinhos. E os genitores ajudam neste processo de maturação. Mas nós, humanos e racionais, estamos deixando a desejar justamente nesse aspecto…
É preciso perder o receio de educar, de falar aos nossos pequenos aquilo que acreditamos. Não dá para colocar um ser vivo no mundo e não ter a capacidade de fazer sua gestão, deixando-o à deriva por incapacidade de ensinar e cobrar aquilo que é certo.
Por fim, os pais nunca devem se esquecer que sua responsabilidade vai muito além de tudo isso: foi por sua decisão que aquela criança veio ao mundo.