Quando chega o final de ano, é comum refletirmos sobre nossas vidas. Há aqueles que olham para trás e dizem que o ano passou tão rápido que, quando se deram conta, já era dezembro: não realizaram nenhuma das promessas feitas no início dele e sentiram os dias passarem de forma contínua, sem se dar conta do tempo.
Isso se traduz não apenas nas nossas metas: deixamos escoar pelas mãos o pouco e precioso tempo ao lado dos filhos, tão precioso. Poucos são os pais que relatam terem tido conversas significativas com os pequenos, a não ser em momentos efêmeros de lazer e entretenimento. Como já disse o filósofo Mário Sérgio Cortella: “Não é só a educação dos filhos que é necessária, mas a dos pais também”.
O recesso de Natal e Ano Novo, comum à maioria das pessoas, é uma oportunidade de nos desprendermos dos erros do ano que passou e recomeçar, em família, com novas metas e planos traçados.
Esse ensinamento, assim como todos os relevantes e positivos, devem edificar os passos dos jovens: os adolescentes, com futuro incerto e decisões importantes a tomar em curto período de tempo; e as crianças, que podem organizar melhor o tempo e criar noções de responsabilidade no processo.
Parte das famílias perdeu a referência dessas lições, com a rarefação do tempo de convivência com as crianças. Assim como os valores éticos e morais, tais responsabilidades foram transferidas e terceirizadas como dever do professor. Isso não é correto: as gerações Z e Alpha têm uma dependência ainda maior do que a Y, hoje no mercado de trabalho.
O Natal e as metas para 2019 devem servir como um norte para essas lições: planos, metas e análise do ano que passou podem ser a melhor lição sobre aprendizado, sucesso e fracasso. Quais planos deram certos? Que conquistas foram realizadas, por menores que sejam? O que pode-se ambicionar para o ano que vem? Essas perguntas devem ser respondidas pelos pais de forma realista, a fim de amadurecer os adolescentes e mostrar às crianças, de forma delicada, o que esperar da vida adulta.
Esse tipo de lição aproxima os pais não como apenas amigos, mas também como referência de respeito no lar. Ao pai que não passa tanto tempo com o filho, é uma oportunidade de estreitar laços que o restante do ano não permite; à mãe mais presente, é uma forma de solidificar os valores existentes naquela família. Que o fim de ano seja uma época de reflexão, como sempre deve ser.