Português, matemática, ciências, geografia…quando refletimos sobre a aprendizagem pedagógica – aquela que se dá dentro da escola – é comum mensurarmos a experiência do aluno em relação aos quesitos aprendidos em sala de aula. O quanto ele realmente absorveu e desenvolveu sobre um determinado tema ou disciplina é fundamental para verificarmos o andamento do seu aprendizado.
Mas como fazer isso? Em maio deste ano, realizamos um experimento muito interessante na Escola Atuação. Durante as aulas de Educação Física, a professora Ana Paula Frezatto Martins decidiu trabalhar a influência que as palavras têm no cotidiano dos alunos do Maternal ao 7º ano. A educadora inseriu a quantidade exata de arroz cozido dentro de dois potes e os colocou no meio de um círculo formado por cada turma. Ela pediu então que as crianças proferissem palavras negativas que normalmente ouvem no dia a dia. Para o segundo vidro, Ana Paula pediu que as crianças dissessem palavras que gostariam de ouvir dos professores, da família e da sociedade de um modo geral. Os dois potes foram fechados por 60 dias. Ao abrir os recipientes, foi possível perceber a diferença: para aquele que conteve palavras malditas, o arroz apodreceu e embolorou. Ao contrário do que aconteceu com o outro pote, onde o arroz não sofreu alteração nenhuma. No final da experiência, os estudantes perceberam que as pessoas são aquilo que falam e que as palavras têm um grande poder.
A experiência tem um grande valor não apenas para as disciplinas pedagógicas, mas para toda a vida. É ela que dá a possibilidade de nos aperfeiçoarmos sempre. Até mesmo em pequenas ações do dia a dia, como dirigir ou fazer café, a experiência faz diferença e é fundamental para exercitarmos a capacidade de organização e planejamento.
Hoje infelizmente notamos que as famílias fazem de tudo para eliminar este tipo de vivência da vida dos filhos. O objetivo seria reduzir o sofrimento e evitar traumas – o que tem levado essa geração a um prognóstico negativo de aprendizagem através da vivência. A frustração é que me dá a possibilidade de aprender com o sofrimento, situação que hoje não existe mais. A vida para nossos pequenos está demasiadamente fácil. Como resultado, estamos criando cidadãos sem empatia, resiliência e tolerância. Vale a pena refletir se é isso que queremos.