O tema deste post propõe uma reflexão – e um questionamento – aos pais, professores e quaisquer adultos que convivem com crianças em fase de formação de personalidade: como reagir a uma birra?
A birra de nossos filhos nada mais é do que insistir e teimar incessantemente em um comportamento, seja ele bom ou ruim. Na maioria das vezes, as cenas criadas por eles acontecem em locais públicos, onde há plateia. Nesse caso, o controle emocional do adulto em questão será determinante para resolver a situação. Lembre-se que os pais são modelos para os filhos, então mantenha a calma sempre que possível.
Quem nunca vivenciou aquela cena clássica de estar no supermercado, muitas vezes com o dinheiro contado para fazer as compras, e a criança ficar enchendo o carrinho com inúmeros itens que você sabe que não terá como comprar? Nessa hora, nós pais conversamos, explicamos e tentamos fazê-la compreender que não há dinheiro suficiente para comprar tudo o que ela quer.
A reação de algumas crianças ao ouvir o temido ‘não’ pode parecer tirana para quem presencia a cena de fora. Veja abaixo algumas estratégias podem ajudar os pais nessa hora:
- se a criança insistir na birra, deixe o carrinho com as compras, pegue-a e vá embora;
- pense em alguma distração que tire o foco daquele momento (aqui vale, por exemplo, pedir que a criança ajude a escolher o sabor do sorvete que irão comprar);
- ofereça alguma coisa para ela comer ou beber. Crianças tendem a chorar por qualquer coisa quando estão com fome ou sono;
- abrace-a. Entendo que você também possa estar irritada nesse momento, mas esse gesto pode ajudar a criança a se acalmar.
Em nosso país há uma grande discussão relacionada a direitos humanos e empoderamento das crianças, que ocorre quando os pais sofrem por não conseguir dizer não aos filhos. Crianças que nunca são contrariadas acabam se transformando em adultos irritados, agressivos e muitas vezes infelizes. (clique aqui e leia mais sobre o assunto)
Por mais irritado que você esteja diante de uma situação de birra, procure sempre usar a razão, sem deixar a emoção se aflorar. Devemos ter consciência de que nós – pais e mães – somos responsáveis pela formação e educação de nossos filhos. As sementes plantadas enquanto pequeninos renderão frutos futuros e seremos nós que iremos fazer essa ‘colheita’. Portanto, se posicionar com firmeza, leveza e assertividade é nossa responsabilidade e não de terceiros.
Termino o post de hoje com uma frase da psicóloga clínica Ray Lewy e autora do livro Try and Make Me! Simple Strategies That Turn Off the Tantrums and Create Cooperation (Experimente e me obrigue! Estratégias simples que acabam com as birras e criam cooperação):
“Birras são terríveis e irritantes, mas são uma realidade da infância”.