A cognição é parte fundamental do aprendizado na primeira infância, assim como fases posteriores da educação infantil. E, em virtude de uma prolongada quarentena, é algo que vem se perdendo por conta do prolongamento do ensino remoto. Uma pena, é verdade, mas ainda há maiores implicações em tudo que vivemos nos últimos meses.
As aulas à distância não podem ser criticadas de forma direta; são uma solução paliativa para um ano inesperado. O assunto em questão aqui é que o aprendizado presencial para crianças é muito mais importante que para os adultos: na infância, aprendemos as primeiras noções de socialização, que serão a base para o que viremos a conhecer no futuro.
É nesta idade, apontam os principais educadores, que aprendemos as noções do “certo” e “errado” no mundo moderno. Logo, claramente o distanciamento nos impede de transformar algumas lições em situações ainda mais marcantes para os pequenos.
Fundamento aqui, também, que a socialização é só parte de uma engrenagem ainda maior. Como já dito anteriormente neste espaço, aprender de forma empírica algumas coisas são essenciais: colocar em prática, de forma individual ou em grupo, ajuda as crianças a compartilhar dúvidas de uma forma muito mais espontânea, sem restringi-los a um pequeno quadradinho numa tela. Ali, inclusive, é muito difícil ter a noção de que todos estão aprendendo determinado conteúdo da mesma forma.
Paralelamente, outro problema que é importante ressaltar é o papel da mulher na quarentena. A maioria das mães têm se desdobrado, algumas em situação até de auxiliar as professoras, com grupos de WhatsApp que distribuem as principais tarefas e estimulam os pequenos a manter uma rotina de estudos. Mas o que dizer do papel da mulher na sociedade? Em questão de meses, estamos vivendo um retrocesso, indireto é claro, de acumular funções e responsabilidades que atrasam um momento de empoderamento, necessário e justo.
Tudo isso são situações que precisam de resolução, em algum momento. As crianças devem voltar a poder estudar da melhor forma possível, respeitando as medidas que o momento exige, e as mães precisam ter com quem deixar seus filhos. É hora de responsabilidade por parte dos órgãos oficiais.