O processo de desenvolvimento infantil está intrinsecamente ligado à idade, mas não necessariamente toda criança evolui no mesmo tempo
A cada ano que se passa, observamos alterações na forma com que nossas crianças e jovens lidam com o mundo ao seu redor. Na última década, talvez, isso tenha sido mais explícito: o processo de globalização trouxe à tona a vulnerabilidade e perigos a que eles estão expostos, em um mundo efervescente conectado a tudo e a todos o tempo todo.
Se é muita informação para os adultos, imagine para os pequenos? Ao longo dos tempos, muitos teóricos discutiram a importância do pensar e aprender, assim como a idade ideal para os avanços cognitivos das crianças.
Para Piaget, por exemplo, o processo de desenvolvimento possui quatro estágios sucessivos, que indicam o grau de desenvolvimento da criança: sensório-motor, de zero a dois anos; pré-operatório, de dois a sete anos; operações concretas, de 7 a 12 anos; e operações formais e pensamento hipotético-dedutivo, após essa idade. Mas o que significa isso na prática?
A resposta é apenas uma: essa decisão varia em cada caso. No dia a dia, os pais devem ter a sensibilidade de não apressar o desenvolvimento cognitivo das crianças. Não é porque o filho de um amigo, aos cinco anos, já sabe ler que, necessariamente, uma mesma criança nessa faixa terá a mesma facilidade. É preciso respeitar os processos e a idade mental de cada um, assim como seu amadurecimento.
O que acontece é que os motivos para cada caso são muito particulares. É de vital importância o professor e pedagogo ter abertura para o diálogo com os pais, uma vez que esse acompanhamento é que definirá o momento ideal de ingresso das crianças na 1º ano, por exemplo.
Acompanhar os filhos de perto, estimulando seu aprendizado em casa com atividades que promovam desafios e interação, também é uma forma de estar ciente de que tudo está correndo conforme o previsto na educação deles. Qualquer desconfiança de algo incomum deve ser conversada com a escola e, em casos mais recorrentes, um psicopedagogo.
Na Escola Atuação, temos como desafio para 2019 a implementação de uma nova grade, que traga para a mente dos nossos pré-adolescentes o pensar em uma possível profissão no futuro: estimularemos essa ideia através de temas fundamentais na grade, como inglês, matemática, comunicação e espanhol e as aulas de atividades específicas de áreas do mercado de trabalho como HME (Hidráulica, mecânica e elétrica), gourmetização, ofício artesanal, programação e prática de conjunto musical.
Através de iniciativas assim, buscamos trazer para a criança um amadurecimento no tempo dela, mas com ideias que serão implantadas de forma concreta em poucos anos. Afinal, que pai não se preocupa com o futuro dos filhos, em um mundo em constante evolução?