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Hoje, no dia de Corpus Christi, católicos de todo o mundo celebram a presença de Jesus Cristo na hóstia consagrada, conforme ensina a Igreja. Uma das formas de festejarem a data é confeccionando tapetes no chão, feitos de diferentes materiais, com diversas mensagens religiosas. É comum, no entanto, que também apareçam nos tapetes algumas causas sociais às quais instituições católicas são dedicadas.

Na Avenida Cândido de Abreu, no Centro de Curitiba, onde estive com minha família nesta manhã, vi alguns tapetes lembrando o tema do tráfico humano, destacado na Campanha da Fraternidade, e apenas um com mensagem contrária ao aborto. Não sei quem o produziu, e acredito mesmo tratar-se de alguém com ótimas intenções e bastante consciente da crueldade que é o aborto, mas achei bastante infeliz a forma escolhida para passar uma mensagem pró-vida.

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No centro do tapete havia uma boneca de criança, conectada a algo que lembrava um cordão umbilical e coberta por tinta vermelha, simulando sangue. O conjunto da obra deixou a imagem tão chocante que a reação natural das pessoas não era o de tentar entender do que se tratava, mas simplesmente desviar o olhar. O que era para ser pró-vida deixou em muitos a impressão de que se tratava apenas de mau gosto.

Engajar-se socialmente na defesa da vida humana, desde a concepção até a morte natural, requer a habilidade de denunciar fatos realmente repulsivos, sem cair no perigo de afastar as pessoas que acham o assunto incômodo, seja lá qual for sua posição. Há muita gente convicta de que a vida é um bem inegociável e o aborto um ato desumano, mas que não entra na linha de frente das batalhas sociais pelo receio de se deparar com histórias chocantes demais para sua sensibilidade.

A discussão em torno do uso de fotos de fetos abortados nas campanhas contra o aborto nos Estados Unidos provoca divisões profundas no forte movimento pró-vida que há por lá, conforme nos contou o diretor do documentário Blood Money, David Kyle, na entrevista que fiz com ele no ano passado. Nesse tema, eu me alinho aos que acreditam que há formas mais eficazes e até belas de se trabalhar o tema.

Saiba mais sobre a obra de Belo Serge.

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