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Na sessão solene para celebrar o Dia Nacional da Valorização da Família, realizada nesta quarta-feira (25/10), o deputado Rodrigo Maia  (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, fez aquela que parecer ser sua declaração mais explícita contra a ideologia de gênero ao afirmar que “quando uma criança nasce, é homem ou mulher”. Claro, trata-se de uma obviedade, mas, como o leitor bem sabe, para ideólogos e parte influente da grande mídia a onda agora é dizer que criança nasce apenas criança e decide o gênero que quer depois, entre dezenas de opções.

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Felizmente, o presidente da Câmara – que tem o poder de decidir o que entra e o que não entra em pauta – parece não engolir essa sandice e isso é algo a se comemorar, já que Maia não é exatamente um conservador engajado na defesa da família. No mesmo evento haviam vários deputados tradicionalmente vinculados às pautas pró-vida e pró-família, e seus posicionamentos seriam previsíveis, mas nunca foi muito fácil identificar o que o deputado carioca pensa sobre temas morais.

O que é “ideologia de gênero”?

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Em 2006, Rodrigo Maia foi autor do requerimento que pedia urgência para o projeto que cria no Código Penal crime de homofobia, projeto que foi aprovado na Câmara naquele mesmo ano e desde então tramita no Senado. Em maio desse ano, já como presidente da Câmara dos Deputados, Maia recebeu um grupo de representantes da comunidade LGBT, no Dia Internacional contra a Homofobia. Na ocasião, uma das integrantes do grupo, a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), destacou que era “a primeira vez que um presidente da Casa recebe esse segmento” e que o gesto tinha  “um simbolismo e um significado importante”.

No entanto, é preciso fazer justiça e lembrar que algumas ações recentes de Maia que atenderam às expectativas conservadoras foram realmente corajosas. Por exemplo, em novembro de 2016, quando ele estipulou que a comissão especial criada para tratar da PEC sobre prematuros também respondesse ao caso de abuso do STF no que diz respeito ao aborto. O anúncio dessa decisão foi dada horas depois do polêmico e absurdo voto do ministro Roberto Barroso, no qual ele dizia que aborto não era crime até o 3º mês de gestação.

Em julho desse ano, em entrevista concedida ao programa Roberto D’Ávila, na Globo News, Maia disse ser contra o casamento gay, alegando que “a união civil já está aí consagrada e precisar ser reafirmada. A palavra casamento é uma liturgia da igreja. Não precisa desse confronto. Ninguém precisa desse confronto para ter sua união garantida”.

Diante desses fatos, Maia seria um conservador autêntico ou um oportunista? Seja o que for, a ideologia de gênero é insana demais para ser defensável por qualquer um dos perfis. Parabéns pelo bom senso,  Maia.

Leia a íntegra da fala do deputado:

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“Vivemos um certo radicalismo, em que as pessoas estão querendo transformar e misturar o conceito família. Quando uma pessoa mais velha decide a sua sexualidade, nós respeitamos, é a liberdade de cada um. Porém, quando uma criança nasce, é homem ou mulher”.

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