Foto: Casa Pró-Vida Mãe Imaculada/divulgação
Foto: Casa Pró-Vida Mãe Imaculada/divulgação| Foto:

Quem acompanha de perto o movimento pró-vida no Brasil sabe que uma causa comum não é suficiente para gerar unidade. O país tem dezenas de iniciativas cujo objetivo é proteger e valorizar da vida humana desde o momento da fecundação, e a cada novo desafio que surge, eles agem. Cada um a seu modo, mas agem.  Achar gente para lutar deixou de ser um problema faz tempo, mas fazê-los conversar ou – pior – fazê-los trabalhar juntos, em prol de resultados mais eficientes? É um desafio tremendo! Um desafio que alguém, finalmente, decidiu encarar.

O título deste texto pode parecer exagero para quem tem na ponta da língua o nome de uma dezena de grandes líderes pró-vida brasileiros, do momento ou do passado, mas torna-se perfeitamente compreensível quando se observa além da superfície, quando se dá atenção aos bastidores. Tiba Camargo, o apresentador da TV Canção Nova, está conseguindo colocar numa mesma roda de conversa pessoas e grupos muito diferentes, que adotam estratégias até contrárias, e que criticam abertamente umas às outras, ao menos em relação aos métodos.

Querem um exemplo? O que funciona melhor para derrotar projetos de lei que tentam legalizar o aborto no país? Expor os políticos apoiadores, inclusive os omissos? Ameaçá-los com uma exposição ainda maior caso votem a favor do aborto? Gastar energia tentando convencer pessoalmente os indecisos – ou os menos interessados?

Parte dos membros do Juntos Pela Vida. Parte dos membros do Juntos Pela Vida.

Outros dilemas comuns: assumir-se como confessional ou tentar atrair pessoas engajadas de diferentes credos? Incluir na agenda pró-vida a rejeição ao casamento gay? Ou acolher na luta contra o aborto os homossexuais cientes de que uma mãe matar o próprio filho é um ato grotesco? Usar ou não usar nas campanhas visuais imagens chocantes de fetos destruídos depois de um aborto?

No Juntos Pela Vida, iniciativa liderada por Tiba, há pessoas e grupos que defendem cada uma dessas e também outras posições. E elas estão trabalhando juntas.

A meu ver, o Juntos Pela Vida não é uma nova entidade pró-vida, é a articulação de várias delas. E é exatamente o que faltava.

O 1º Simpósio Nacional Juntos Pela Vida, que ocorreu no último fim de semana, na Canção Nova, foi um sucesso de público e frutos aos olhos de qualquer um. Atraiu mais pessoas para a causa, levou formação sobre o tema a quem ainda não tem, renovou as forças de quem já estava cansado de se envolver nessa luta. Mas eu me arrisco a dizer que a parte mais importante é aquela que não foi transmitida pela TV ou pelo YouTube. São as mensagens no WhatsApp, as conversas no Facebook, as reuniões pós-eventos, os telefonemas, os apertos de mãos e as trocas de cartões.

E não é que ninguém tenha tentado antes, mas, além da habilidade de lidar com as pessoas, Tiba tem acesso a recursos que outros não tinham. Não se trata de dinheiro, mas sim do envolvimento da comunidade católica mais influente do país. Tiba conseguiu levar as discussões pró-vida para dentro da Canção Nova, que atrai expressivas multidões, e tem estrutura, difusão e credibilidade necessárias para ser uma verdadeira força agregadora.

Até pouco tempo atrás, o movimento pró-vida no Brasil era um grupo de craques, fazendo bons gols, conquistando boas vitórias, mas por vezes disputando no vestiário quem fez o gol mais bonito. Estávamos ainda longe de formar um time de verdade. Faltava um técnico competente, que entendesse não só o jogo, mas também os jogadores. Não falta mais.

*****

É claro que ainda vou falar mais sobre o simpósio e sobre o Juntos Pela Vida. Aguardem os próximos posts.

***

Curta a página do Blog da Vida no Facebook.

Deixe sua opinião