A Colômbia elegeu um novo presidente neste domingo (17/06). Iván Duque, 41 anos, é afilhado político de Alvaro Uribe, o líder público mais popular da Colômbia e que fez história por atuar com linha dura contra as FARC. Ambos consideram-se políticos de direita, especialmente por sua rivalidade ao bolivarianismo da vizinha Venezuela, por sua proximidade política com os Estados Unidos e pelo foco na punição severa – e justa – à guerrilha narcotraficante que aterroriza aquele país há anos. Foram grandes críticos do plano de “paz” com os terroristas que Juan Manuela Santos, o atual presidente, tentou aprovar via plebiscito, em 2016, e para o qual o povo respondeu com um retumbante “não”.
Até aí, o pacote é sedutor para ganhar a simpatia de muitos conservadores, mas quando as questões morais mais importantes à instituição da família entram no debate é que se toma um necessário choque de realidade. Nenhum político merece apoio automático simplesmente por anunciar-se como representante do lado que costuma adotar as posições morais mais corretas. Eles não vêm de fábrica com um pacote de ideias padrão, e o nosso tempo é confuso o bastante para gerar esse tipo de líder político: o “conservador a favor do aborto e do casamento gay”.
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É exatamente dessa forma que Iván Duque se apresenta. O site colombiano Voto Católico fez um bom trabalho de análise da vida política de cada candidato e trouxe à tona um constrangedor texto de 2011 no qual Duque tenta convencer seus leitores de que os conservadores deveriam incluir em suas bandeiras a luta pela legalização do aborto e do casamento gay – estamos falando de matrimônio mesmo, sem a diferenciação entre união civil e casamento. A cereja do bolo é o descarado título de “Evolução Conservadora”.
Leiam vocês mesmos antes de se derreterem de amor pelo novo líder direitista da América Latina.
E antes que digam que “foi há muito tempo” ou que ele “mudou de opinião”, visitem a conta de Duque no Twitter e constatem que ela também um prato cheio para desilusão. Um exemplo:
Convém, contudo, informar aos que não acompanharam a eleição colombiana que o adversário derrotado era um ex-integrante das FARC simpático a tudo que há de pior na esquerda progressista. Com isso em mente, encaixa-se com perfeição a tese de que venceu o “mal menor”.
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