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A pesquisa do Datafolha divulgada nesta segunda-feira (9) sobre os ministros mais populares do governo Bolsonaro parece ter deixado a imprensa zonza. Como assim a ministra Damares, aquela de quem só se publicam piadas e chacota antirreligiosa faz tanto sucesso e só perde em popularidade para Moro?

O espanto com o sucesso da líder evangélica expõe, mais uma vez, o colossal abismo entre o mundo mental da classe jornalística e aquilo que o povo considera relevante. É natural que sites e jornais de esquerda a odeiem, pois odeiam o que o cristianismo é ou gerou. Entretanto, mesmo aqueles veículos de comunicação que se apresentam como “antipetistas” ou “lavajatistas”, ainda hoje, com quase um ano de governo, insistem em abafar seu trabalho, esforçam-se em apresenta-la como exagerada e como uma desajustada no cargo que ocupa. Quase nenhum grande jornal fala dos projetos de suas secretarias.

E não, não há justificativa. Nenhum desses profissionais de mídia que se divertem ao taxa-la como folclórica se esforça em analisar seriamente o trabalho do ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Acompanho isso de perto.

Coragem é uma virtude rara e isso também é notado no mundo midiático. Basta conviver um pouco com esses profissionais para perceber o quanto é difícil para muitos superar a cultura do risinho, do sarcasmo e da normalidade em debochar de Damares. A maioria morre de medo de causar estranheza nos colegas de redação e, certamente, analisar com seriedade o trabalho da ministra provocaria olhares insuportáveis para personalidades fracas.

A ausência de boas notícias sobre o ministério de Damares na mídia tem mais a ver com a pequenez interior dos jornalistas do que com a falta de objeto a ser estudado.

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