Neste domingo, o papa Francisco pronunciou-se oficialmente e de forma enfática sobre o caso do bebê Charlie Gard, pedindo explicitamente para que o hospital no qual o bebê está internado respeite a vontade dos pais. A declaração do papa foi dada por meio do porta-voz oficial do Vaticano, Greg Burke. O texto diz:
“O Santo Padre acompanha com afeto e comoção o caso do pequeno Charlie Gard e expressa sua proximidade aos pais. Ele reza por eles, desejando que não se negligencie a vontade de acompanhar e tratar o próprio bebê até o fim”.
A declaração se dá um dia após um tweet no qual o pontífice fez referência ao caso, embora sem citar o nome do menino:
Reação
As manifestações do pontífice também ocorreram alguns dias depois da Pontifícia Academia para a Vida ter emitido uma nota sobre o caso. A nota foi muito criticada por religiosos e pelo movimento pró-vida de todo o mundo por não tomar posição alguma, limitar-se a fazer mera alusão ao problema e apenas oferecer consolo à dor dos pais. Longe de estar satisfeitas, e sendo solidárias à família de Charlie, organizações pró-vida continuaram a fazer insistentes soliciações para que o próprio Francisco intervisse. O papa atendeu e a postura adotada por Francisco foi a de defesa explícita dos pais de Charlie, muito diferente, portanto, do tíbio texto da Academia para a Vida.
A lamentável nota foi mais um triste episódio da nova direção que a Pontifícia Academia para a Vida tomou desde que o polêmico arcebispo Vicenzo Paglia assumiu o seu comando. Além de abrigar defensores do aborto até a 18ª semana de gestação e promotores da eutanásia, a Academia também não é mais capaz de defender, nem em palavras, um recém-nascido que teve a morte decretada por um tribunal, contra a vontade dos pais de salvá-lo.
Essa discrepância de tom entre a declaração do papa e a nota da Academia dá alguma esperança àqueles que se preocupam com a decadência da instituição criada por João Paulo II. O papa Francisco também teria ficado insatisfeito com a nota de Paglia? Partindo de um pressuposto otimista, teria o caso contribuído para que o pontífice percebesse enfim que Vicenzo Paglia definitivamente não devia estar onde está?
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Relembre a bizarra pintura feita dentro da catedral da antiga diocese de Vicenzo Paglia. Nela, são retratados transexuais, prostitutas e travestis, fazendo carícias uns nos outros, com Jesus ao centro. O próprio Paglia aparece no painel – segundo o autor da pintura, foi um pedido do bispo – abraçado ao que parece ser um travesti, nu.