A Marcia Nacionale Pela Vita, realizada no último domingo (12) em Roma, trouxe algumas novidades. Além da já esperada multidão de 30 mil pessoas, o evento contou com a inédita participação de um papa. O pontífice, por sua vez, ainda acrescentou outro diferencial à marcha desse ano ao apoiar publicamente as ações de One of Us, inciativa popular que pretende garantir proteção jurídica a embriões humanos em toda a Europa.
As agências de notícias optaram por dar destaque à fala de Francisco, provavelmente por ser a primeira vez em que ele trata do assunto de modo explícito desde o início de seu pontificado. O que não foi tão comentado é a “esticada” que ele deu no trajeto tradicional em sua volta na Praça de São Pedro. O papamóvel passou pelo meio dos manifestantes na Rua da Conciliação, a principal via que dá acesso à praça, conforme informa a Rádio Vaticano e como se vê nas fotos publicadas pelos organizadores da marcha nas redes sociais e em seu site.
O apoio ao One of Us, entidade da qual o Blog da Vida falou no início do ano, não chega a ser surpreendente, mas é relevante já que não se trata de uma iniciativa da Igreja Católica, e sim de um movimento de cidadania laico, gerado dentro da própria estrutura política e jurídica da União Europeia.
Ao incentivar a adesão dos fiéis ao abaixo-assinado no dia da marcha, o papa pode ter dado uma importante contribuição para que a Itália dispare ainda mais como o país líder no número de assinaturas, seguida por Polônia, Espanha e França, segundo publicado pelo jornal espanhol ABC.
One of Us precisa de um milhão de assinaturas recolhidas em pelo menos sete estados-membro para que o parlamento europeu acolha sua demanda. A iniciativa só terá validade se a meta for atingida até 1º de novembro.
A coleta começou em 18 de janeiro e até agora foram obtidas 340 mil adesões. Com apenas 34% do necessário, ainda há muito trabalho a fazer num tempo relativamente curto. Por isso a propaganda do papa veio no momento oportuno.
Ao menos no critério geográfico, One of Us está perto de cumprir o exigido. Já superou a quantidade mínima de assinaturas em cinco países – Áustria, Polônia, Itália, Hungria e Eslováquia – e está perto disso na Holanda e na Lituânia. Esse número varia em cada país. Na Itália, por exemplo, é de 54.750, mas se obter 19.500 adesões de holandeses atinge a meta mínima.
Uma iniciativa de cidadania europeia é um instrumento democrático bastante diferente do que conhecemos por aqui. Recomento aos mais interessados que acessem o site da Comissão Europeia em português, onde há uma explicação desse conceito e uma lista das iniciativas existentes.
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