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Recentemente o jornalista Jeff Jacoby usou sua coluna no Boston Globe para tratar da queda no número de abortos registrados nos Estados Unidos. Partindo de dados da Associated Press, provenientes de 45 estados, ele diz que a taxa nacional de abortos vem baixando desde os anos oitenta, mas a partir de 2010 essa queda tem se dado de modo muito mais acentuada.

Uma das explicações para o fenômeno seriam as leis estaduais aprovadas nas últimas décadas, que restringiram a prática e fecharam clínicas de aborto em todo o país, mas essa tese não esclarece tudo.

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Alguns dos decréscimos mais significativos ocorreram em estados que não chegaram a implantar nenhuma medida restritiva, como o Hawaí, onde a queda no número de abortos foi de 30%, ou Nevada e Rhode Island, queda de 22%, ou ainda Connecticut, 21%.

Jacoby destaca outro recorte. Quando se analisam os resultados por faixas etárias, nota-se que as adolescentes são as principais responsáveis pelo decréscimo (-66%, desde 1988), o que combina bem com outro dado bastante conhecido pelos norte-americanos: a nova geração é mais pró-vida do que a anterior. De 1991 até 2010, os jovens que se declaram favoráveis ao aborto legal sem restrições caiu de 36% para 24%.

Esses jovens, diz o jornalista, formam a geração que cresceu assistindo às tristes imagens de abortos e suas consequências. “A muitos, a destruição voluntária de uma vida no ventre materno lhes parece não tanto um ato de ‘liberdade reprodutiva’, mas sim de violência contra uma vítima inocente. Todos conhecem alguém que abortou legalmente. Basta olhar para o espelho para ver a alguém que poderia ter sido abortado legalmente”.

Jacoby conclui: “Em certo sentido, todo norte-americano nascido desde 1973 é um sobrevivente de Roe [diminutivo do nome dado ao caso jurídico que resultou na legalização do aborto em todo o país]. Talvez isso explique porque, independentemente de como os jovens se definam, o aborto é uma decisão que tão poucos estão dispostos a tomar”.

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