A Baby Bee Hummingbirds é uma empresa australiana que transforma placenta, cordão umbilical, cabelos, cinzas ou até mesmo leite materno em joias, que se tornam lembranças de um filho ou um ente querido. A prática já é questionável de um ponto de vista ético, mas a nova possibilidade oferecida pela empresa ultrapassou qualquer limite: transformar em joias embriões excedentes de fecundações in vitro.
Belinda e Shaun Stafford, que geraram três filhos através de fecundações in vitro, optaram por transformar os embriões não implantados, que estavam congelados, em joias. O caso foi relatado pelo site australiano Kidspot – que celebrou como “inovadora” a “solução” para os embriões descartados.
“Eu queria ter mais filhos, mas o custo emocional, além do financeiro, era muito alto”, disse Belinda, que afirmou que para ela e seu esposo doar os embriões “não era uma opção”. “Ouvi falar de que algumas pessoas plantam (sic) os embriões no jardim, mas nós nos mudamos com muita frequência, de modo que isso não era possível. Precisava deles comigo”, disse Belinda.
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O seu pedido foi atendido pela empresa. “Agora eles estão sempre comigo em uma bela lembrança”, afirmou. Seus sete embriões se tornaram um pingente em formato de coração.
A fundadora da empresa, Amy McGlade, comemorou o seu pioneirismo no ramo. “Que melhor forma de celebrar seu presente mais precioso, seu filho, do que com joalheria?”, disse. Ela se refere ao processo como uma “arte sagrada”. Segundo McGlade, a empresa já fez 50 peças a partir de embriões.
“A desumanização do ser humano em etapa embrionária continua a nos surpreender”, disse à Aciprensa Gabriela Moya, doutora em biomedicina e pesquisadora do Instituto de Bioética da Universidade Católica Argentina.
“Os seres humanos congelados em etapa embrionária estão vivos. Apenas se detém seu desenvolvimento no tempo. Os processos metabólicos que permitem seu desenv
olvimento são desacelerados para mantê-los em um estado quiescente, sem tempo, sem futuro. Uma vida dependente da decisão dos pais de trazê-los ao presente”, disse Moya.
“Hoje temos a possibilidade de não considerar nossos filhos como um dom que devemos cuidar e ajudar que se desenvolvam, mas transformá-los em um bem meramente material que adorne para sempre nossa vida”, criticou a pesquisadora.
Para Jennifer Lahl, presidente do Centro de Bioética e Cultura, na Califórnia, a solução para os embriões congelados não é transformá-los em joias, mas “deixar de criar embriões excedentes”, disse. “Não tenho categoria para classificar alguém que pense que isso pode ser algo bom”.
No site da empresa, é possível ver que um anel feito de “cinzas de embrião”, dependendo do modelo, pode chegar a custar 550 dólares australianos, o equivalente a cerca de 1290 reais.
Com informações de Actuall e Kidspot.
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