O órgão do Vaticano que promove estudos sobre a valorização da vida humana, da concepção à morte natural, e que mantém relações com grupo pró-vida de todo o mundo enfrenta uma grave crise provocada por escândalos do passado, cujo protagonista é o grão chanceler da instituição, o arcebispo dom Vicenzo Paglia.
Paglia foi nomeado pelo papa Francisco para dirigir a academia em setembro de 2016, mas só agora, no início de 2017, que um escândalo datado de 2007 finalmente surgiu na imprensa mundial. Naquele ano, enquanto era bispo da diocese de Terni-Narni-Amelia, ele encomendou e inaugurou na catedral da cidade um enorme mural homoerótico, no qual Jesus está cercado por homossexuais nus e semi-nus, transexuais, prostitutas e traficantes de drogas, misturados entre si em abraços eróticos. No meio da imagem, abraçado a outro homem, é possível reconhecer um retrato de perfil do próprio Vicenzo Paglia.
O artista também pintou o padre Fabio Leonardis, então chefe do Escritório de Patrimônio Cultural, como um homem nu e musculoso, com uma tatuagem da flecha do cupido atravessando um coração contendo a palavra “amor”, enredado com outros em uma das redes “eróticas”.
Ao La Repubblica, Cinalli disse que o sacerdote era um homem muito “aberto”, mas se recusou a dizer se ele era homossexual. “Não cabe a mim dizer se ele era homossexual ou não – não é importante, mas sua abertura foi absoluta”. O padre morreu pouco tempo após a inauguração do mural.
O modo como o próprio Cristo foi retratado no painel também rendeu críticas. Jesus foi pintado com vestes translúcidas, através das quais é possível ver suas partes íntimas.
De acordo com o jornal italiano, dom Paglia supervisiou cada detalhe da obra de Cinalli. “Trabalhar com ele foi humana e profissionalmente fantástico”, disse o artista ao jornal italiano La Repubblica, referindo-se à Paglia. “Não houve nenhum detalhe que fosse feito livremente, por acaso”, acrescentou Cinalli. “Tudo foi analisado. Tudo foi discutido. Nunca me permitiram trabalhar sozinho”.
Cinalli admite ao jornal La Repubblica que as pessoas nuas nas redes são destinadas a serem “eróticas”, embora dom Paglia tenha traçado um limite quando Cinalli propôs mostrar as pessoas realmente copulando.
“Neste caso, não havia – neste sentido – uma intenção sexual, mas sim erótica”, disse Cinalli. “Eu acho que o aspecto erótico é o mais perceptível entre as pessoas que estão dentro das redes”. Ele acrescentou mais tarde: “A única coisa que eles não me permitiram inserir foi o coito explícito entre duas pessoas dentro desta rede, onde tudo é permitido”.
Cinalli admite na reportagem que sua obra não foi bem recebida por muitos na Diocese de Terni-Narni-Amelia, que ficaram tão indignados com a obra, que Cinalli chegou a pensar que ela poderia ser destruída depois da morte de Padre Fabio. No entanto, Dom Paglia resistiu a tais pressões até deixar a diocese em 2012, e seu sucessor também resolveu deixar o mural no lugar.
Além da Pontifícia Academia para a Vida, Paglia também foi nomeado para dirigir o Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família. O Blog da Vida entrou em contato com pessoas que trabalham diretamente com essas instituições e constatou que a insatisfação por parte de pesquisadores e funcionários é grande. Entre eles, há a esperança de que a explosão do escândalo, resgatado pela imprensa italiana e por influentes sites pró-vida, como Life Site News, faça Francisco “abrir os olhos” e remova o clérigo daquele que jamais foi o seu lugar.
Assista a um vídeo sobre o polêmica mural feito sob encomenda de uma das maiores autoridades do Vaticano no que diz respeito a matrimônio e família:
Com informações de Life Site News e La Repubblica.
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