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Esses dias, jogando Jogo da Vida com meu filho de 7 anos, ouvia reclamações toda vez que ele parava numa casa onde tinha que pagar algo. Foi até que ele parou numa casa que dizia: ‘Fez um cruzeiro pelo mundo. Pague $20.000’.

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Para o meu espanto ele disse: “Obaaa!” Quando questionei porque ele estava feliz se teria que desembolsar seu rico dinheirinho, ele respondeu: “Mas é um cruzeiro mãe, vale a pena!” E para me convencer, como se precisasse, completou: “Imagina se for para uma praia no Caribe?”

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Eu, toda orgulhosa, cheguei a conclusão de que estamos no caminho certo. Educando nossos filhos para valorizar o ser ao invés do ter.

Porém, confesso que às vezes me sinto um E.T. quando vou a reuniões de amigas que se exibem com seus objetos de desejo.

Meu carro não é do ano e nem um modelo top. Mas, enquanto estiver me levando para todos os cantos sem dar problemas, é com ele que vou ficar. Não sou uma pessoa preocupada em estar na moda, mas acredito que me visto bem comprando nas lojas ‘fast fashion’, ao invés de gastar com roupas de marca. Gosto de me maquiar, mas sinceramente, penso muito antes de gastar os tubos com sombras caríssimas.

Enfim… a lista poderia continuar com bolsas, sapatos, óculos, celulares e outros. Não que estes produtos não tenham uma ótima qualidade, mas essas não são a minha prioridade.

Não vou ser hipócrita, como qualquer mulher, também fico feliz ao sair do shopping com uma sacolinha na mão.

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Mas, me sinto imensamente mais feliz gastando meu dinheiro com viagens e experiências, como um passeio que às vezes dura minutos, do que com um objeto qualquer, que talvez dure anos.

Lembram da pesquisa do Dr. Thomas Gilovich onde ele cientificamente explica porque devemos gastar dinheiro com experiências e não com coisas?

Para quem não leu o artigo do professor de psicologia da Cornell University, ele afirma que compramos coisas para ficarmos felizes, e ficamos. Mas só por um tempo.

Coisas novas nos deixam empolgados a princípio, mas depois nos adaptamos a elas. Sim, o fator novidade passa.

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Neste estudo, pessoas relataram seu nível de felicidade ao fazerem compras materiais e vivenciais. Inicialmente os números eram iguais, mas passado um tempo a satisfação com a compra de objetos diminuía, enquanto a satisfação com a aquisições de experiências aumentava.

“A felicidade vinda de experiências próprias aumenta porque são essas experiências que moldam nossa personalidade. Você pode até gostar de suas coisas e pensar que elas são parte de sua identidade. Mas elas continuam separadas fisicamente de você. Já suas experiências são parte de você. Você é a soma das suas experiências”, diz Gilovich.

E mesmo experiências que você considera negativas, que não deram certo ou no momento foram estressantes, com o passar dos anos vão se tornar histórias engraçadas contadas numa festa. E com certeza se tornarão peças-chave na formação do seu caráter.

Mas afinal, como ensinar seus filhos? Como passar essa filosofia para as crianças? A melhor forma de educar é através do exemplo.

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De maneira natural, as crianças acreditam que tudo que seus pais fazem é o correto. Se você dá mais valor aos bens materiais do que eles realmente têm, provavelmente seus filhos também darão.

Não pense que não escuto “Mãe, o fulaninho da minha escola tem o último lançamento de videogame, usa roupa da marca X, mochila do personagem Y e tênis Z.” A minha resposta geralmente convence.“Enquanto o fulaninho estava sentado no sofá jogando videogame, vestindo roupa de marca e calçando o tênis de grife, você estava voando de balão, nadando com um tubarão bebê e experimentando um skydive indoor. Quem você acha que se divertiu mais?”

É papel dos pais mostrar para as crianças que a todo momento fazemos escolhas. Algumas são mais inteligentes do que outras.

E a forma como investimos o dinheiro tornou-se um fator determinante na nossa personalidade. Infelizmente, o brasileiro tem se rendido cada vez mais ao consumismo. Ter um carro importado na garagem, uma TV 4K na sala e o último lançamento de smartphone no bolso parece mais importante do que conhecer os lugares maravilhosos ao redor do mundo.

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Para ser feliz você não precisa de aventuras radicais como pular de paraquedas, ou subir o Himalaia, se esse não é o seu perfil. Mas tenho certeza que, ao final da sua vida, você não vai lembrar qual era a configuração daquele notebook de última geração que comprou. Espero que se lembre daquele pôr do sol lindo, que passou na companhia das pessoas que ama, contemplando uma vista incrível.

Se você quer ajudar outras pessoas a valorizarem o que realmente importa, curta, comente e compartilhe essa ideia!

Para ler o artigo Dr. Thomas Gilovich em inglês do clique aqui.

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