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Sinopse: Em uma jornada cinematográfica sem precedentes que está sendo elaborada há dez anos e abrange todo o Universo Cinematográfico Marvel, “Vingadores: Guerra Infinita”, da Marvel Studios, leva às telas o maior e mais mortal confronto de todos os tempos. Os Vingadores e seus aliados Super Heróis devem se dispor a sacrificar tudo em uma tentativa de derrotar o poderoso Thanos antes que seu ataque de devastação e ruina dê um fim ao universo.

A Marvel Studios veio preparando seus filmes para desembocarem no confronto dos seus personagens de cinema com o vilão Thanos, que está dividido em dois filmes. 

Chegamos ao cinema para ver o grandioso filme “Vingadores: Guerra Infinta”, que coloca em tela quase todos os heróis que apareceram nos filmes anteriores. São muitos personagens, sendo que conseguiram dar um tempo de tela para cada um, algo que com certeza não deve ter sido fácil.

Vemos um grande filme de ação, com muitos momentos de tensão e que pode levar o espectador mas sensível às lágrimas em vários momentos, mas é uma produção muito cativante e que leva a categoria de “filmes de heróis” a um nível acima do esperado.

Roteiro bem elaborado (recomendo prestar atenção nos detalhes dos diálogos), atuações convincentes dos personagens (dentro do tipo de filme, nada “oscarizável”), vilão forte, momentos de tensão e perigo reais, ou seja, acertaram em cheio no filme. Um grande filme, não é à toa que já bateu os recordes de bilheteria em estreia, além de já ter superado todo o valor de bilheteria do filme “Liga da Justiça”.

Não vou entrar na análise dos aspectos técnicos do filme, pois este não é o propósito deste blog, mas tem algo muito interessante que se destaca e vale a pena pensarmos sobre o assunto.

ATENÇÃO, a seguir há um spoiler: a motivação de Thanos no filme

Se você não viu o filme e não quer receber esta informação ainda, recomendo que não leia a seguir, ou o faça por sua conta e risco.

Pois bem, e afinal de contas o que quer Thanos? Destruir metade do mundo para provar que pode? Não. O seu objetivo é matar metade da população do universo para “salvá-lo”.

O discurso do vilão é que cada planeta está lotado de habitantes, forçando as populações a sofrerem em razão do uso dos recursos naturais de cada local, causando sofrimento por fome e sede. A sua ideia é conseguir as jóias do infinito para matar instantaneamente metade da população do universo, criando um equilíbrio nos planetas e evitando o sofrimento. Sendo assim, ele considera uma solução misericordiosa para o problema da superpopulação.

Interessante que há quem diga que chegaremos ao momento de superpopulação no nosso planeta, e há quem defenda fortemente a adoção desde já de medidas de controle forçado de natalidade. Efetivamente alguns países já fizeram isso, como foi o caso da China que adotou a política de permitir apenas um filho por família.

Ocorre que essa mesma China já notou o problema desta política limitadora, que é o envelhecimento rápido da população, o que traz problemas como um número menor de pessoas ativas trabalhando para manter os idosos da sociedade.

Mas vamos voltar à proposta do vilão do filme: matar metade da população para que a outra metade sobreviva com melhor qualidade, ou seja, um genocídio com uma “justificativa nobre”.

Toda vez que vejo alguém defender este tipo de discurso, geralmente vem carregado com ideologias políticas e odiosas, como, por exemplo,  fizeram o nazistas com os judeus, que defendiam a retirada de “parasitas” da sociedade, nomeando-os como inimigos que “merecem” ser mortos.

No filme, Thanos vem dourar a pílula, pois diz que não terá um grupo já predestinado a morrer, mas será uma escolha aleatória, atingindo pobres e ricos ao mesmo tempo. Para ele não importa quem, mas apenas o número.

Se estivéssemos falando do desligamento de máquinas para manter um equilíbrio no planeta, ok, é algo compreensível, pois estaríamos falando de retirar de funcionamento algo que pode afetar a nossa sobrevivência. No entanto, quando trocamos o “algo” por “alguém”, estamos admitindo que parte da população é descartável, que as pessoas passam a ser números e por isso podem ser apagados dessa conta.

Em termos éticos é um absurdo, pois quem pode escolher as pessoas que devem morrer? Ainda, como escolher? Por sorteio? E antes de tudo isso, desde quando matar uma pessoa é algo aceitável para “salvar” os demais?

Há quem defenda que é moralmente aceitável que alguns morram para manter os demais, afinal, estariam fadados a sofrer mesmo, ou ainda, estariam destinados a morrer de fome no futuro. É quase como dizer que os pobres podem ser mortos porque passam fome ou causam o desequilíbrio na sociedade, pois afinal de contas, são estes que passam necessidades.

Não vejo nada que justifique essa posição, sendo, em verdade, um discurso imoral com uma maquiagem para disfarçar. Infelizmente muitos fazem este discurso disfarçado hoje em dia: é melhor abortar essa criança agora antes que nasça e passe fome.

Enfim, um grande filme de ação que no final das contas nos traz uma reflexão interessante. Vale muito conferir no cinema, e mais de uma vez, se possível.

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Nota:

5

Ficha técnica:

Gênero: Ação
Direção: Anthony Russo, Joe Russo
Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely
Elenco: Angela Bassett, Annie Pisapia, Anthony Mackie, Benedict Cumberbatch, Benedict Wong, Benicio Del Toro, Blair Jasin, Bradley Cooper, Callan Mulvey, Chadwick Boseman, Chris Evans, Chris Hemsworth, Chris Pratt, Danai Gurira, Dave Bautista, Don Cheadle, Elizabeth Olsen, Ethan Dizon, Florence Kasumba, Floyd Anthony Johns Jr., Gwyneth Paltrow, Hye Jin Jang, Idris Elba, Isabella Amara, Jeremy Renner, Jon Favreau, Josh Brolin, Karen Gillan, Kerry Condon, Letitia Wright, Linda Cardellini, Mark Ruffalo, Matthew Zuk, Michael Pierino Miller, Paul Bettany, Paul Rudd, Perla Middleton, Peter Dinklage, Pom Klementieff, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson, Sean Gunn, Sebastian Stan, Terry Notary, Tiffany Espensen, Tom Hiddleston, Tom Holland, Tom Vaughan-Lawlor, Vin Diesel, Winston Duke, Zoe Saldana
Produção: Kevin Feige
Trilha Sonora: Alan Silvestri
Duração: 156 min.
Ano: 2018
País: Estados Unidos
Classificação: 12 anos

Trailer

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