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“Ponte dos espiões” reúne a dupla Steven Spielberg e Tom Hanks, que já nos deram três bons filmes: “O resgate do soldado Ryan” (fantástico), “O terminal” (emocionante) e “Prenda-me se for capaz” (divertido). Nesta nova produção, que já é um dos filmes cotados a concorrer ao Oscar, temos a atuação de um advogado que acaba resolvendo um problema internacional durante o período da Guerra Fria.

Antes de tudo é importante dizer que o filme não foi feito para destacar os Estados Unidos como o grande herói salvador do mundo e colocar a União Soviética como a vilã da história. Desde o início já se vê que a rivalidade política entre os os países sendo injetada nas mentes dos norte-americanos desde a infância, e no decorrer do filme há a clara demonstração de quais eram as preocupações do governo yankee em relação aos seus peões neste jogo de xadrez. Quando falamos em jogo de espiões é difícil dizer quem é o certo e quem é o errado.

Se alguém quiser utilizar este filme para puxar para qualquer lado, seja direita (capitalismo) ou esquerda (comunismo), poderá enfrentar um grande problema para convencer qualquer expectador: o advogado James Donovan, personagem principal, não é de direita nem de esquerda. Antes de tudo ele segue o que é certo, independentemente do que este ou aquele governo quer.

Esse advogado foi escolhido para defender um espião russo preso nos Estados Unidos e, mesmo sabendo que ele já estava condenado sem mesmo passar por um julgamento, tenta de todas as formas apresentar uma defesa digna a seu cliente. Ali ele estava exercendo seu trabalho, tentando fazer o que era certo pela pessoa que estava defendendo, e não desviou deste caminho mesmo quando lhe foi solicitado (pelo governo) que andasse fora da linha. As ações e discursos de James Donovan me lembram muito Atiicus Finch, também advogado que foi vivido por Gregory Peck em “O Sol nasce para todos”, brilhante filme de 1962.

“Todos merecem uma defesa. Cada pessoa importa.”

(James Donovan)

Não é incomum nós passarmos por uma situação como essa, em que sofremos pressão para seguir um lado ou outro, sendo que sabemos que o caminho correto é uma outra via. Momentos em que devemos tomar coragem e defender o certo, ainda que todos pensem de forma contrária. Assumir uma posição como essa e não seguir o que a maioria quer muitas vezes tem seu custo e devemos pensar bem se queremos nos sujeitar a esta luta… sim, luta, pois é muito mais fácil assumir um lado qualquer por comodidade ou até mesmo ser omisso por medo.

Sabe o que é mais interessante sobre este filme? É baseado em fatos reais, o que significa que é possível tomar essas atitudes, mesmo no meio de uma disputa política internacional. E lembre-se:

O errado é errado mesmo que todo mundo esteja fazendo. O certo é certo mesmo que ninguém esteja fazendo.

O filme é ótimo como a imensa maioria das produções de Steven Spielberg. Vale ser visto pelo contexto histórico, pela postura inspiradora de James Donovan, pelo enredo, pela direção e pela atuação de Tom Hanks. É um daqueles para depois comprar e ter na sua coleção.

Nota:

4,5

Sinopse: O longa conta a história de James Donovan (Tom Hanks), um advogado do Brooklyn que, durante a Guerra Fria, é enviado, a pedido da CIA, para negociar o resgate de um piloto americano. Os roteiristas Matt Charman e os irmãos Ethan e Joel Coen transformaram essa experiência de Donovan em uma história inspirada em eventos reais, que captura a essência de um homem que arriscou tudo nessa jornada.

Ficha técnica:

Gênero: Drama
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Ethan Coen, Joel Coen, Matt Charman
Elenco: Alan Alda, Amy Ryan, Austin Stowell, Billy Magnussen, Domenick Lombardozzi, Eve Hewson, Jonathan Walker, Joshua Harto, Mark Rylance, Marko Caka, Michael Gaston, Mike Houston, Noah Schnapp, Peter McRobbie, Sebastian Koch, Stephen Kunken, Tom Hanks
Produção: Kristie Macosko Krieger, Marc Platt, Steven Spielberg
Trilha Sonora: Thomas Newman
Duração: 141 min.
Ano: 2015
País: Estados Unidos
Distribuidora: Fox Film
Estúdio: DreamWorks SKG / Fox 2000 Pictures / Marc Platt Productions / Participant Media
Classificação: 12 anos

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