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Desde que Daniel Craig assumiu a personalidade de James Bond nos cinemas, os filmes da série assumiram duas características predominantes: buscar uma ambientação mais realista e explorar mais os embates físicos do personagem principal.

Cada ator que assumiu James Bond trouxe uma cara diferente ao espião britânico. Sean Connery fazia o tipo mais sedutor, Roger Moore era mais cômico, Pierce Brosnan era “mais inglês”, etc., e Craig trouxe à tona a parte física. Em uma concepção mais realista se espera que um espião do porte de James Bond seja hábil em artes marciais, e essa condição foi colocada nas telas (não aquelas coreografias limitadas que antes víamos).

No entanto, neste último filme essa condição foi pouco explorada, como também quase não se vê os apetrechos utilizados por Bond nos demais filmes. Da mesma forma, nesta produção se perdeu muito do perfil elegante e sedutor do personagem, aquela cara de pau que estamos acostumados a ver.

A ambientação mais realista tirou uma das características sempre interessantes dos filmes: vilões quase que caricatos acompanhados de algum assistente caricato. Nesta produção foi-se um pouco além, pois o capanga do vilão não surpreende, e o próprio vilão, apesar de ser interpretado por um grande ator, Christoph Waltz, não convence.

Outro fator que me incomodou é que, apesar dos vários momentos em que a música de James Bond criada por Henry Mancini é tocada no filme, a canção tema do filme é fraca. Eu esperava algo do nível (ou melhor) do que foi apresentado por Adele com a música “Skyfall”, no filme de mesmo nome.

São poucos os momentos em que você assiste e diz “este é um filme do James Bond”. Apesar da sequência inicial ser muito boa, o resto do filme é enrolado, quase enfadonho (já ouvi relatos de gente que foi ao cinema e ficou bocejando).

E aí vem a pergunta: vale a pena assistir no cinema? Bom… primeiro, é importante lembrar que ainda é um filme do 007. Para os fãs valerá assistir, mas nada de 3D ou qualquer coisa do tipo (não vale o investimento nisso). Segundo… se alguém me perguntar, vou dizer para esperar para ver em casa depois, e até lá pode assistir de novo “007 – Cassino Royale” e “Skyfall”, ambos também com Daniel Craig (“007 – Quantum of Solace” é mais fraco, então preferi deixar o nível de indicação mais alto).

O filme poderia ser bem melhor (ainda mais levando em conta o elenco). Aliás, deveria ser bem melhor. James Bond e os fãs mereciam isso.

Nota:

2,5

Sinopse: Uma enigmática mensagem do passado de James Bond (Daniel Craig) o coloca numa investigação sobre uma misteriosa organização criminosa. Enquanto M (Ralph Fiennes) enfrenta duras batalhas políticas para manter o serviço de inteligência funcionando plenamente, Bond tenta desvendar os segredos que existem sobre a Spectre.

Ficha técnica:

Gênero: Ação
Direção: Sam Mendes
Roteiro: John Logan, Neal Purvis, Robert Wade
Elenco: Adriana Paz, Alessandro Cremona, Andrew Scott, Ben Whishaw, Brigitte Millar, Christoph Waltz, Daniel Craig, Dave Bautista, Detlef Bothe, Erick Hayden, Ian Bonar, Jesper Christensen, Léa Seydoux, Monica Bellucci, Naomie Harris, Peppe Lanzetta, Ralph Fiennes, Rory Kinnear, Stephanie Sigman, Tenoch Huerta
Produção: Barbara Broccoli, Michael G. Wilson
Trilha Sonora: Thomas Newman
Duração: 148 min.
Ano: 2015
País: Reino Unido
Estreia: 05/11/2015 (Brasil)
Distribuidora: Sony Pictures
Estúdio: B24 / Columbia Pictures / Eon Productions / Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) / United Artists
Classificação: 14 anos

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