Uma bomba caiu exatamente sobre a cama do arcebispo católico maronita de Damasco, Samir Nassar, no último dia 8 de janeiro, bem no horário do seu cochilo. Mas o arcebispo escapou por pouco: momentos antes, ele tinha levantado para ir até o banheiro. “Uns segundos na pia salvaram a minha vida!”, comentou Nassar à organização Ajuda à Igreja que Sofre.
O arcebispo disse que os funcionários e restantes padres do edifício vieram correndo quando ouviram o estrondo e pensaram que ele tinha morrido quando perceberam que o morteiro tinha caído precisamente no seu quarto. “Choraram de alegria quando me viram sair do fumo e dos escombros”, contou.
“A providência cuida desse seu pequeno servo, mas agora estou desabrigado como outros 12 milhões de refugiados sírios para os quais nada restou”, disse o arcebispo de 68 anos. Durante aquela segunda-feira, pelo menos dez bombas foram lançadas em diferentes pontos da capital síria.
A catedral de seu arcebispado também foi gravemente afetada. “É preciso substituir as portas da catedral e outras 43 portas e janelas, tapar os buracos, consertar os tanques de água e de combustível e também a rede elétrica”, informou Nassar.
O pátio da sede do patriarcado católico melquita e o convento das Irmãs de Jesus e Maria também foram danificados. Sete pessoas que viviam e trabalhavam no convento estão hospitalizadas. “O único senhor é a violência. Inocentes são sacrificados todos os dias”, afirmou o arcebispo.
Desde o início da guerra civil na Síria, em março de 2011, mais de 400 mil pessoas foram mortas. Outras 4,8 milhões se tornaram refugiadas, além de 8 milhões que ficaram desalojados, mas se mantiveram no país. O conflito começou com protestos contra o presidente Bashar al-Assad e acabou se tornando uma guerra violenta entre o regime sírio, rebeldes, curdos e fundamentalistas islâmicos.
Com informações de Renascença e Crux.
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