A mais antiga representação de Santo Antônio, do século XIII.| Foto:

Santo Antônio é um dos santos católicos mais envoltos em superstições e folclore. Pode-se dizer que é um dos santos mais conhecidos do Brasil apenas em parte: conhece-se a sua figura de hábito marrom, imberbe, com Jesus menino ao colo, mas nada além disso. Antônio de Pádua, porém, é um dos maiores mestres da fé – está entre aqueles que a Igreja católica reconhece como “doutores da Igreja”. Conheça um pouco mais sobre o frade português que se tornou um dos maiores santos da Idade Média.

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  1. Um intelectual

Antônio – ou Fernando, nome que recebeu ao nascer – foi um dos maiores intelectuais portugueses do período pré-universitário. Seus sermões deixam claro seu conhecimento – obtido quando estava na Ordem dos Cônegos Regulares da Santa Cruz – de autores como Sêneca, Boécio, Cícero, Aristóteles, Horácio, Ovídio e Plínio, o Velho.

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  1. Tocado pelo testemunho da pobreza e do martírio

Berardo, Ottone, Pietro, Accursio e Adiuto: estes são os nomes dos frades franciscanos que impressionaram Fernando quando o português ainda era cônego regular. Originários dos arredores de Terni, na Itália, os religiosos passaram por Portugal ao se dirigir ao Marrocos. Foi o primeiro contato que o futuro Antônio teve com o estilo de vida franciscano. Mais marcante ainda foi quando os corpos dos cinco frades passaram por Coimbra, depois de terem sido decapitados. Foi aí que Fernando, já padre, resolveu ingressar na Ordem dos Frades Menores.

  1. O outro Antônio

Fernando escolheu o nome de Antônio como uma referência a Santo Antônio do Deserto, mais conhecido em português como Santo Antão. O monge do século IV dava o seu nome ao eremitério franciscano onde Fernando foi acolhido na ordem fundada por São Francisco de Assis. O eremitério se localizava nos Olivais, uma freguesia do município de Lisboa.

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  1. O pregador de Forlì

O frade que hoje é conhecido como Antônio de Pádua, cidade em que morreu – ou, em países de língua portuguesa, Antônio de Lisboa, sua cidade natal –, era chamado em vida de Antônio de Forlì, pois foi na catedral daquela cidade que ele começou a ficar conhecido como um pregador brilhante. Em 1222, alguns frades franciscanos receberiam ali a ordenação presbiteral, mas nenhum dos padres presentes aceitou o convite do bispo de proferir a homilia durante a celebração. Os superiores de Antônio obrigaram-no então a assumir a função – até então ninguém sabia da formação sólida do frade.

  1. O frade que impressionou o papa

Em 1228, o papa Gregório IX convidou Antônio para que fizesse algumas pregações a ele e aos cardeais da Cúria durante a Quaresma. As reflexões do frade marcaram o papa, que o chamou de “arca do Testamento”, “peritíssimo exegeta” e “exímio teólogo”. Ele mesmo o canonizou, em 1232.

  1. Em favor dos explorados
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Antônio pregou e agiu em favor dos pobres e dos explorados de seu tempo. Sob sua influência, o município de Pádua proibiu a prisão e o exílio de pessoas que tinham dívidas e não tinham mais com que pagar. A usura era uma prática comum no período e arrasava a vida de famílias inteiras. “A natureza nos gera pobres – nus viemos ao mundo, nus morremos. Foi a malícia que criou os ricos e quem anseia se tornar rico cai na armadilha do demônio”, pregou o frade.

  1. Doutor

Antônio morreu com apenas 35 anos, vitimado pelo ergotismo, em 1231. Foi canonizado menos de um ano depois, tamanha a sua fama de santidade. Pela excelência de seu ensinamento, corroborado por seu testemunho de vida, foi proclamado em 1946 Doutor da Igreja – um dos três franciscanos a receber a distinção, ao lado de São Boaventura e São Lourenço de Brindisi.

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