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Não gosto de Donald Trump. Acho que, no que diz respeito a princípios morais, ele é um oportunista, adepto de atitudes que causam repugnância em qualquer um que tenta ser cristão. Nas primárias republicanas, minha torcida inútil foi para Ted Cruz, Ben Carson e Rick Santorum. Apesar disso, vibrei com o resultado das eleições. Não exatamente pela vitória de Trump, mas a derrota de Hillary Clinton é algo a ser efusivamente comemorado.

O pecado de Trump, de ser um populista grosseiro, não é nada perto da megalomania de Hillary, uma mulher autoritária que defende com orgulho obsceno algumas das posições mais extremas no debate sobre aborto. Nem Obama chegou ao nível de anunciar, como se fosse uma virtude, o fato de defender a legalidade do aborto até o nono mês de gestação. E não para por aí. Hillary também defende a legitimidade da monstruosa prática de aborto por nascimento parcial, ou seja, contanto que parte do corpo do bebê permaneça dentro do útero da mãe, um “médico” deveria poder matar o bebê – quebrando seu pescoço, por exemplo – sem ser acusado de homicídio, contanto que haja consentimento da mãe.

Horrendo demais para ser verdade? Faça um favor a si mesmo, não acredite em mim e pesquise por conta própria. Vá no Google, digite “Hillary” ao lado de “partial birth abortion” e  prepare-se para um show de horrores.

Como Trump conquistou o voto religioso mesmo sendo moralmente tão controverso

E se você achou um abuso Obama tentar impor às redes de hospitais religiosos dos Estados Unidos que passassem a realizar abortos e distribuir anticoncepcionais, saiba que a liberdade religiosa nos Estados Unidos pode respirar muito mais aliviada, por que Hillary faria pior.

Num discurso feito em 2015, já em campanha, ela lascou isso aqui:

“Os códigos culturais profundamente enraizados, as crenças religiosas e as fobias estruturais tem de se modificar. Os governos devem empregar seus recursos coercitivos para redefinir os dogmas religiosos tradicionais”.

Depois disso, outras demonstrações de desprezo pelas religiões, em especial católicos e evangélicos, foram vistas aqui e ali em vários momentos da campanha.

Então, amigo leitor, se você também não solta rojões por Donald Trump, ao menos conceda-se o direito de festejar a derrota de um demônio político. Podia ser muito pior.

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