No ano passado, a Pontifícia Academia para Vida, criada por João Paulo II e que já foi a mais respeitável instituição pró-vida acadêmica do mundo, foi destruída e tornou-se um mero agrupamento de estudiosos supostamente interessados em Bioética, mas não necessariamente preocupados com a defesa da vida desde a concepção. Na semana passada tivemos mais uma amostra de que a decadência prossegue e o fundo do poço não chegou.
O rabino Fernando Szlajen, membro da instituição, publicou um artigo no qual, vejam só, diz que a Bíblia justifica o aborto em caso de estupro ou de doença irreversível do feto. O absurdo foi publicado num texto em espanhol, cujo título é “Aborto a demanda: el crimen como derecho”, o que até lhe dava a aparência de digno, mas quem se dá ao trabalho de ler a produção se depara com isso:
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En un solo caso la Biblia exige abortar, cuando la vida del conceptus amenace inexorablemente la de su madre, resolviendo que mientras no haya nacido se prioriza la vida de la mujer por ser primera. Dicho caso, tipificado bajo la ley de rodef, ‘persecutor’, preceptúa matar a quien amenace cierta y efectivamente la vida de otro, aun cuando no sea consciente de ello.
En casos de anencefalia, irreversibles patologías degenerativas o terminales donde el conceptus morirá indefectiblemente, tipificadas como tzórej gadol, ‘gran necesidad’, por la pérdida, el asedio y la opresión a la persona, el aborto es permitido con severas restricciones en tiempo y forma. Similares criterios se aplican a la mujer embarazada por violación, encontrándose en serio riesgo psicofísico. No obstante, estos casos son cuantitativamente insignificantes respecto de los 56 millones de abortos inducidos anuales en el mundo cuya mayoría son embarazos no deseados por ser conflictivos respecto de los intereses personales, familiares o sociales y hasta por control de natalidad, reales motivos de la actual petición por la despenalización del aborto a demanda.
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Antes desse novo escândalo, já era sabido que a academia passou a abrigar defensores do aborto até a 18ª semana de gestação e promotores da eutanásia. Agora, o Vaticano tem seu próprio defensor do aborto em caso de estupro ou de fetos com deficiência. Tudo isso, claro, sem contar o currículo imbatível de dom Vicenzo Paglia, que você pode relembrar no texto abaixo (não recomendado para quem tem estômago fraco).
E só para você não se esquecer… Paglia está onde está porque Francisco quis.
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Relembre também outros escândalos envolvendo a nova Pontifícia Academia para a Vida:
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