Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o Blog da Vida faz questão de homenagear a coragem de algumas mulheres que fazem ou fizeram toda a diferença na luta pela proteção da vida desde a concepção até a morte natural. Diferentemente de certas correntes do feminismo, elas não se esqueceram de reivindicar o direito de viver das meninas que ainda estão no ventre de suas mães.
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Zilda Arns
Mãe de cinco filhos, a médica pediatra fundadora da Pastoral da Criança e três vezes indicada ao Prêmio Nobel da Paz foi responsável direta pela significativa redução da mortalidade infantil no país. O site do próprio governo federal cita uma das ações conduzidas por Zilda que teve maior êxito, e que foi o projeto piloto do que se tornaria o procedimento padrão da Pastoral da Criança. Na cidade paranaense de Florestópolis, o índice de mortalidade infantil que chegava a 127 para cada mil crianças caiu para 28 depois de apenas um ano de trabalho da Pastoral.
É uma pena que o mesmo site tenha optado por omitir qualquer menção às atividades de Zilda na luta contra o aborto. Em 2007, ela concedeu uma entrevista à revista do Instituto Humanitas Unisinos, no qual tratou especificamente sobre o tema. Na ocasião, ela afirmou que ”tentar solucionar os milhares de abortos clandestinos realizados a cada ano no país com a legalização do aborto é uma ação paliativa, que apontaria o fracasso da sociedade nas áreas da saúde, da educação e da cidadania e, em especial, daqueles que são responsáveis pela legislação no país”.
Na mesma entrevista, ela explica porque a educação e as políticas de assistência à maternidade são muito mais eficazes e humanas do que o cruel simplismo da liberação do aborto. Zilda também foi indagada sobre a atuação de alguns grupos feministas que militam pela legalização da prática. Com base na sua experiência e na rede de contatos que possuía, ela afirmou: “Feministas famosas, realmente comprometidas com o bem-estar das mulheres, com o evento das novas tecnologias e conhecedoras profundas do sofrimento humano, deixaram a bandeira do aborto e optaram pela bandeira da erradicação da pobreza, da miséria, da ignorância que oprime as mulheres, principalmente nos países em desenvolvimento”.
Infelizmente, o link para o site onde a entrevista foi originalmente publicada não está mais funcionando, mas na época o texto teve repercussão o bastante para ser reproduzida em vários blogs e sites como este aqui, onde se pode ler a íntegra.
Em 2010, ano em que Zilda morreu no terremoto que atingiu o Haiti, o jornalista pró-vida Wagner Moura resgatou outras declarações e atos importantes de Zilda na defesa da vida:
– Foi ela quem teve a iniciativa de consultar a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para que respondesse ao discurso tão propagado de “1 milhão de abortos” no Brasil. E a OPAS não apenas confirmou que não existe nenhuma pesquisa sobre esse assunto no Brasil, como também lamentou que o nome da instituição seja usado de forma leviana para justificar o número exagerado.
– Questionada sobre um plebiscito para que se decidisse a respeito da legalização do aborto, no Brasil, Dra. Zilda Arns dizia estar convencida de que o aborto não é matéria para se decidir em voto. “Não se pode votar pela vida ou morte de um ser humano inocente e sem defesas”, pontuava.
– A experiência no trabalho em políticas públicas autoriza a médica a dizer mais: “O fato de ela [a mulher] ser gestante de um embrião não lhe possibilita qualquer ação que possa prejudicar a vida dele.”
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