Um estudo conduzido por um grupo de cientistas espanhóis alertou sobre o potencial efeito abortivo do levonorgestrel, a pílula do dia seguinte. Segundo a pesquisa, liderada pelo médico Emilio Jesús Alegre del Rey, na metade dos casos em que a pílula impede a gravidez, a fecundação acontece e a carga hormonal do medicamento age no sentido de impedir a implantação do zigoto na parede do útero, bloqueando o seu processo de desenvolvimento.
O estudo, publicado no European Journal of Clinical Pharmacyreitera, comparou os dados de diferentes pesquisas divulgadas nos últimos anos. “Um contraceptivo é um produto que impede a concepção. No caso da pílula do dia seguinte, isso é verdade, mas é apenas uma meia verdade, literalmente”, disse Alegre del Rey. “Na outra metade dos casos, seu efeito se exerce impedindo um embrião já existente de continuar seu desenvolvimento e sua vida”.
A pesquisa contestou estudos anteriores, como os endossados pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), que negavam o efeito abortivo da pílula. “O posicionamento da federação se baseou em pesquisas com animais, cujo ciclo hormonal não tem nada a ver com o da mulher, e em um estudo feito com mulheres, mas sem validade estatística”, disse Alegre del Rey.
Para ele, essa informação é omitida por um motivo em parte comercial e em parte ideológico. “Quando a pílula começou a ser comercializada, houve muita resistência, porque a sua ficha técnica não omitia o possível efeito anti-implantatório, portanto, abortivo”, contou Alegre del Rey. Desse modo, o produto teve muita dificuldade para ser difundido e também para ser aprovado em países que protegem a vida humana desde a concepção, como em boa parte da América Latina. “Os produtores, então, usarão a estratégia de negar o efeito abortivo e modificaram a ficha técnica do levonorgestrel”, afirmou o cientista.
Alegre del Rey apontou ainda que os produtores do acetato de ulipristal, comercializado como EllaOne e conhecida como a “pílula dos cinco dias seguintes”, parecem ter aprendido a lição e negam que o medicamento tenha efeito abortivo. “Porém, é evidente que tem, já que impede a gravidez se tomado até cinco dias depois da relação. Basta ter um pouco de bom senso para se dar conta que não é possível crer que tenha apenas efeito contraceptivo”, disse o cientista.
Com informações de InfoVaticana.
Colaborou: Felipe Koller
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