Uma mulher italiana chamada Irma partiu no dia 20 de fevereiro para o Quênia, decidida a trabalhar como voluntária em um orfanato. Sem dúvida, é um belo exemplo de preocupação pelos mais necessitados, mas essa história tem um detalhe que a faz ainda mais especial: Irma tem 93 anos de idade.
Foi a neta da nonagenária, Elisa, que divulgou a partida da avó no Facebook. Ela postou uma foto em que Irma aparece, de bengala e mala de viagem, antes de embarcar, no aeroporto. “Esta é a minha avó, Irma. Uma jovenzinha de 93 anos que partiu hoje à noite para o Quênia. Não a um vilarejo turístico para ser servida e paparicada, mas a uma aldeia de crianças, a um orfanato”, contou Elisa no post que já teve mais de 90 mil reações e 20 mil compartilhamentos. “Olhem para ela… Quem a pode parar?”
Irma sempre foi uma lutadora. Ficou viúva aos 26 anos, com três filhos. Mais tarde, perdeu uma filha. “Minha avó sempre amou a vida e nunca se deteve por nada. Dedicou toda a sua existência à família e a ajudar quem está em torno a ela. Para mim, sempre foi um exemplo”, contou Elisa ao jornal La Reppublica.
A ideia de ir à África não veio do nada. Na cidade onde vive, Noventa Vicentina, a 93 km de Veneza, Irma é vizinha de um casal que há dez anos dedica anualmente um mês a ajudar um orfanato do Quênia. Francesca Fontana cuida das crianças, enquanto Giannino dal Santo faz pequenos reparos. O orfanato foi fundado por um padre originário de Noventa Vicentina, Remigio.
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“Desde que conhece Francesca e Giannino, minha avó ajuda o orfanato como pode, mas este ano ela decidiu que os donativos não eram o suficiente. Ela queria se sentir útil e disse à minha mãe: ‘Vamos para o Quênia. Ou melhor: eu vou; se quiser me acompanhar fico feliz’”, relata Elisa. Bem se vê que o exemplo de Irma se espalha facilmente. A filha aceitou o desafio e Elisa, que é mãe de dois filhos, passou as férias de verão dos últimos dois anos atendendo refugiados sírios na Grécia.
“Estou bem. A viagem foi longa, mas já estou a serviço. E estou feliz”, informou Irma à família assim que chegou ao orfanato. Antes de arregaçar as mangas, a idosa ainda visitou o padre Remigio no hospital – o missionário, da sua idade, está internado há anos. Irma e sua filha ficarão três semanas na África. “Ou quem sabe minha avó decida ficar por ali e não voltar. Tudo é possível, conhecendo o seu grande coração e a sua energia”, estima Elisa.
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