Crédito: Bigstcok| Foto:

David Cameron, o primeiro-ministro do Reino Unido, pretende revolucionar a educação dos filhos em seu país. Ele sugeriu que todos os pais deveriam participar de aulas sobre como disciplinar suas crianças e que políticas públicas poderiam impulsionar esse movimento.

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Ao jornal britânico The Guardian, Cameron anunciou planos para um novo programa que fornecerá ingressos aos pais para que assistam aulas de exercício da paternidade. Segundo ele, todos os pais precisam de ajuda e o Estado tem oferecido pouca orientação em relação a isso.

“Tornar-se pais e levar bem os primeiros anos não é algo que diz respeito apenas às famílias mais vulneráveis; tem a ver com todos”, disse ele ao periódico britânico. “Todos temos que trabalhar nisso. E se você não tem uma rede de apoio forte – se você não conhece outros pais e mães – criar o primeiro filho pode ser algo bastante solitário.”

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“É claro que os filhos não vêm com um manual, mas está certo que recebamos tão pouca orientação? Avançamos muito; aumentamos fortemente o acompanhamento a domicílio após o nascimento, e isso é crucial. Mas isso é só uma parte – as primeiras semanas e meses. E depois, quando vêm as questões de comunicação, comportamento e disciplina? Todos nós precisamos de mais ajuda com isso – é o trabalho mais importante de nossas vidas. Então, eu acredito que nós precisamos refletir sobre como fazer com que seja normal – e até mesmo atrativo – participar de aulas sobre essa questão.”

Cameron disse que a iniciativa governamental Life Chances Strategy, que visa a combater a pobreza infantil, vai incluir um plano para “expandir significativamente a ajuda à paternidade”. Também serão recomendadas maneiras de incentivar todos os pais a participar das aulas.

Esse pronunciamento marca um retorno de Cameron à questão, depois de um outro esquema de aulas de paternidade ter fracassado em 2013, não sem constrangimento.  O piloto do projeto CanParent, que o primeiro-ministro configurou em três áreas carentes, depois dos protestos de 2011, atraiu apenas 2.956 pais, muito pouco em relação aos 20.000 que eram esperados. O esquema, no qual foram investidas 5 milhões de libras, acabou custando 1.088 libras por pai, e apenas 9% dos participantes eram homens, pais ou padrastos. No entanto, um estudo da tentativa verificou altos índices de satisfação entre os participantes.

O governo considerou que um dos maiores obstáculos para atrair os participantes foi o fato de o programa ter sido visto como um serviço direcionado às camadas mais pobres da população. Espera-se que, se os pais da classe média se virem encorajados a participar, a aprovação e a adesão de todas as parcelas da população aumentarão.

Uma fonte do escritório do primeiro-ministro disse que a ideia é que as aulas tivessem a mesma popularidade entre a classe média que tem o programa de aulas pré-natal National Childbirth Trust. “Será um programa separado do piloto CanParent, mas aquilo funcionou e o que aprendemos nos dirá como podemos atingir mais pais”, disse.

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A iniciativa constituirá parte de uma estratégia para colocar as famílias no coração da agenda do governo pelos próximos cinco anos. Em seu discurso, Cameron disse que a unidade familiar é um baluarte contra a pobreza.

Ele anunciou ainda a duplicação dos fundos para os serviços de aconselhamento de relacionamentos. As 70 milhões de libras prometidas para financiar o suporte a relacionamentos e o aconselhamento de casais é o dobro do que foi autorizado no último parlamento. 160.000 casais foram ajudados.

Mesmo reconhecendo que pode haver casos em que é melhor que um casal se separe, Cameron afirmou que o financiamento fornecerá ajuda financeira àqueles que precisam e oferecerá a oportunidade de um apoio. Espera-se que o montante ajude pelo menos mais 300 mil casais durante os próximos cinco anos e treine mais de 10 mil profissionais para prevenir as separações.

Cameron disse: “As famílias são a melhor medida antipobreza que já foi inventada. Elas são de uma só vez um sistema de assistência, educação e aconselhamento. As crianças de famílias divididas são pelo menos duas vezes mais propensas a cair na pobreza do que as das famílias que permanecem unidas. Essa é a razão pela qual fortalecer as famílias está no coração de nossa agenda.”

O anúncio foi saudado pelo serviço de aconselhamento Relate. O chefe executivo da organização, Chris Sherwood, disse: “O apoio aos relacionamentos pode ajudar a reduzir a separação, que é um fator-chave da pobreza, sobretudo para as crianças.”

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Com informações do The Guardian.

Colaborou: Felipe Koller.