A Câmara de Representantes dos Estados Unidos (o equivalente americano da Câmara dos Deputados) votou no dia 15, de forma unânime, a favor de declarar como genocídio a perseguição contra os cristãos e outras minorias no Oriente Médio por parte do Estado Islâmico.
Os legisladores americanos pediram a criação de um tribunal de guerra sírio sob a autoridade da ONU. A Câmara de Representantes aprovou a decisão para pressionar o presidente Barack Obama a condenar os ataques como “crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio”.
O Congresso propôs a data desta quinta-feira (17) como limite para que o Departamento de Estado decida oficialmente pelo uso do termo genocídio nesses assuntos.
Nesta quinta, John Kerry, secretário de Estado, pronunciou um discurso em que dizia: “Meu propósito com esse pronunciamento é afirmar que, no meu julgamento, o Estado Islâmico é responsável por genocídio contra diversos grupos em regiões sob o seu controle, incluindo yazidis, cristãos e muçulmanos xiitas. O Estado Islâmico é genocida por autoproclamação, por ideologia e por atos – naquilo que diz, naquilo que crê e naquilo que faz. O Estado Islâmico é também responsável por crimes contra a humanidade e limpeza étnica dirigida a esses grupos e em alguns casos também contra muçulmanos sunitas, curdos e outras minorias.”
Demora
Terry Mattingly escreveu no site GetReligion que a grande mídia com frequência subestima ou negligencia o papel da religião no que tem acontecido na Síria. O encontro histórico do último dia 12 entre o papa Francisco e o patriarca Kirill, líder da Igreja ortodoxa russa, se deu “pelo expresso propósito de dar voz e apoio aos cristãos perseguidos que enfrentar o genocídio em algumas partes do Oriente Médio”, disse Mattingly, mas boa parte da cobertura do encontro ignorou essa questão e se concentrou no seu viés político.
Nina Shea, diretora do Hudson Institute’s Center for Religious Freedom, escreveu em novembro na National Review que os cristãos presentes em territórios controlados pelo EI foram executados aos milhares. Ela listou atrocidades que incluem a escravidão sexual de meninas e mulheres cristãs, o assassinato de clérigos cristãos, a demolição de antigos mosteiros, a política de “converta-se ou morra” aplicada aos cristãos e o constante sequestro e execução de pastores e fiéis cristãos.
Na ocasião, Shea creditou a demora do governo norte-americano em categorizar esses abusos como genocídio a um “padrão recorrente em administrações com viés politicamente correto que nunca vê os cristãos – até mesmo os de confissões orientais como os do Iraque e da Síria – como vítimas, mas sempre como opressores e inquisidores”.
Colaborou: Felipe Kolller
Crédito: InfoCatolica e Deseret News