Após uma campanha acirrada, os Estados Unidos elegeram ontem seu novo presidente: o republicano Donald Trump venceu a democrata Hillary Clinton. E as estatísticas indicam que o voto dos religiosos fez a diferença nessa vitória.
Segundo a ABC News, 81% dos evangélicos do país votaram em Trump e 16% em Hillary. Na Carolina do Norte, por exemplo, onde Trump superou Hillary por 50% a 46%, o índice de votos para o republicano entre evangélicos brancos foi de 78%. Para o escritor Tony Campolo, conselheiro do ex-presidente Bill Clinton, a vitória de Trump foi “sem dúvida devida em larga medida a homens brancos evangélicos”.
Para Jerry Falwell Jr., presidente da Liberty University, uma instituição evangélica, somente as lideranças dentro das denominações é que se dividiram em relação a Trump. “Os evangélicos já apoiavam amplamente Trump muito antes dos líderes o fazerem”, disse ao Christian Today.
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Diante das acusações de abuso sexual e dos múltiplos casamentos do novo presidente dos EUA, Falwell respondeu: “Os evangélicos acreditam que todos são pecadores. Todos erramos, todos precisamos de perdão. O Donald Trump que conheço tem um grande coração, ama o povo, ama seu país”. Trump declara-se presbiteriano e Hillary, metodista.
Além de ser a favor do casamento gay e a legalidade do aborto até o nono mês de gestação – além de outras posições ainda mais extremas -, Hillary gerou revolta entre os cristãos depois do vazamento de e-mails de alguns membros de sua equipe de campanha. Em uma dessas conversas, John Podesta, o diretor da campanha, e Sandy Newman, da organização Voices for Progress, falam sobre “plantar as sementes da revolução” dentro da Igreja Católica, para favorecer uma “primavera católica” que encerre a “ditadura medieval” e dê início a “um pouco de democracia e respeito pela igualdade de gênero”.
Até mesmo líderes evangélicos viram nisso um atentado contra a liberdade religiosa. 26 deles, todos afroamericanos, chegaram a assinar uma carta aberta à candidata democrata “com relação à liberdade religiosa para os negros americanos”.
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A repercussão dos e-mails e das posições de Hillary entre os católicos ficou clara: entre eles, Trump também levou a melhor, embora de forma mais tímida, superando Hillary por 52% a 45%. Em 2012, era Obama quem tinha vencido entre os católicos.
A análise dos fatos deixa claro que questões importantes para os religiosos não podem ser deixadas de lado nas eleições americanas. Michael Wear, que foi conselheiro de Obama em assuntos relacionados a religião, culpou a negligência da campanha de Hillary em se envolver com comunidades evangélicas e católicas por sua derrota. “Isso deve ser parte da discussão sobre aonde vai o Partido Democrata a partir de agora”, disse ele ao Christian Today.
Com informações de Crux e Christian Today.
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