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Por Joanna Bullivant*.

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Eu tive um bebê sete semanas atrás. Foi um caminho longo, mas na direção certa: na semana passada, fizemos o check-up da sexta semana. Para todas as mães, esse momento envolve um bizarro e autoritário interrogatório sobre contracepção, mas para algumas mães a conversa pode ser ainda mais eletrizante:

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Médico: Então, vocês pensaram sobre contraceptivos?

Eu: Bem, na verdade nós praticamos o planejamento familiar natural.

Médico: Ãhn, bem, isso é o que você faz quando não se importa se ficar grávida. Mas se você decidir que quer um DIU, camisinhas ou pílulas, não hesite em voltar aqui! Você já fez algum curso sobre isso?

Eu: Eu já posso ir embora?

Para falar a verdade, a resposta do médico acima é basicamente uma síntese de três conversas como essas que tive ao longo dos anos – mas o tom é esse mesmo. Você sai do consultório com a impressão de que o médico pensa que o tamanho da sua família é indiferente para você e que ele ficaria muito mais feliz se você pedisse uma receita.

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Por que cada vez mais mulheres optam por métodos naturais de regulação da fertilidade

Para ser justa, é verdade que eles são obrigados a alertar-nos sobre os riscos de gestações muito próximas e sobre o fato de que a amamentação não é um método confiável para evitar a gravidez. Há também o fato de que “planejamento familiar natural” é um termo que funciona como um guarda-chuva que cobre uma grande diversidade de métodos, podendo indicar graus bem diferentes de conhecimento por parte do casal – desde “você não sabe o que é a Regra de Doering?” Até aquele tipo de contagem dos dias do ciclo que fez os métodos naturais caírem em desgraça.

Por fim, embora eu não tenha nenhuma informação concreta para sustentar isso, consigo imaginar muito bem que os numerosos métodos de contracepção ocupam só uns três pontinhos em apenas um slide no meio de uma faculdade de medicina que exige a absorção de uma massa enorme de dados. Além disso, o número de usuários de métodos naturais de regulação da fertilidade que os médicos já tiveram que aconselhar deve ser pequeno.

Ainda assim, acho que é preciso dizer algo para que tenhamos encontros menos desconfortáveis no check-up das seis semanas. Isso porque, com a oferta de aplicativos especializados, termômetros acessíveis e precisos e o despontar dos métodos naturais como uma alternativa saudável e orgânica, há um grande número de praticantes em potencial dos métodos de regulação da fertilidade que pode precisar de aconselhamento – para além de apenas uma minoria dos católicos.

Como melhorar a própria fertilidade

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Vale mesmo a pena desprezar métodos eficazes de espaçamento da gravidez, que não têm efeitos colaterais e nem geram custos públicos? Dado que os métodos naturais de regulação da fertilidade se baseiam no conhecimento da mulher sobre o seu ciclo, é possível também que a adesão a eles ajude no diagnóstico e na prevenção de dificuldades que surgem quando as mulheres querem engravidar – dificuldades frequentemente mascaradas quando a contracepção artificial é usada.

Além dessas considerações, as respostas dos meus médicos sugerem, como mencionei, a crença de que os usuários de métodos naturais de regulação da fertilidade não se importam com gestações – isto é, de que a contracepção artificial é um caminho mais responsável. Pelo contrário: a prática bem-sucedida e a longo prazo dos métodos naturais de regulação da fertilidade exige a comunicação entre os esposos, o compromisso entre eles e, de fato, a abertura à possibilidade de uma gestação e às responsabilidades que ela traz.

Afinal de contas, talvez o espaço para os métodos contraceptivos nos slides da faculdade de medicina possa ser um pouquinho maior, não para que o meu médico deixe de se ruborizar ao falar do assunto, mas para reconhecer os reais benefícios e possibilidades dos métodos naturais de regulação da fertilidade.

 

*Joanna Bullivant é doutora em música e articulista da revista britânica Catholic Herald. O texto foi originalmente publicado em inglês na edição de 01 de fevereiro de 2018.

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