Foto: Unidad Provida/divulgação
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Na Argentina, o projeto de lei que legaliza o aborto e que será votado nesta quarta-feira (8), no Senado, movimentou a comunidade evangélica local de modo inédito. No sábado, dia 4, uma convocação feita pela Alianza Cristiana de Iglesias Evangélicas (Aciera), levou ao Obelisco, principal monumento de Buenos Aires, 650 mil pessoas. A Avenida 9 de Julio foi inundada por pessoas que se manifestavam contra a decisão sob o lema “Em favor das duas vidas”.

O avanço do projeto de lei e a real possibilidade de ser sancionada pelo Senado argentino fez com que, em apenas três semanas, as igrejas evangélicas em todo o país se organizassem para o grande ato do sábado. Ao jornalista Sergio Rubin, do Clarín, o pastor Osvaldo Carnival, um dos principais organizadores do evento disse que a igreja havia “adormecido um pouco quanto a este assunto” e que a possibilidade de legalização os despertou.

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Além dos evangélicos, grupos católicos também se juntaram à manifestação. Durante todo o percurso, muitas famílias eram vistas, mas sobretudo, o que se viam eram jovens marchando em favor da vida. Muitos deles traziam nas mãos bebês de plástico representando aqueles que devem viver. Um casal que participava contou à jornalista Vanessa Lópes, também do Clarín que “se Deus precisasse escolher quem salvar, ele certamente optaria pelas duas vidas e que seres humanos não são Deus, portanto devem ser imparciais”. Já uma mulher explicou que “nenhum direito deveria existir antes que o principal, o da vida, fosse garantido”.

No país, há cerca de 16 mil igrejas evangélicas e destas, 15 mil pertencem a Aciera. A associação enfatizou durante o evento que as igrejas evangélicas da Argentina não apoiariam nenhum político que promovesse o aborto. Inclusive, entre as frases de ordem ditas durante a manifestação, uma delas era explícita: “Se votar a favor do aborto, não voto em você”.

Ruben Proietti, presidente da Aciera, disse ao Clarín que os legisladores não estão representando o que de fato a população argentina pensa. Ele citou a grande hipocrisia política, em que para se promover um candidato se diz a favor da vida, mas em votações se posiciona contra. “Tenho registrado em vídeo, deputados que diziam estar a favor da vida e no último momento votaram contra ela”, disse ele. “A política em si não é suja, mas sim os políticos que a fazem assim”, completou.

Assista a um vídeo sobre a marcha:

 

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